quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Ensaio sobre a cegueira

Portugal tende a não ter emenda. Tendemos a continuar um país que não se governa... nem se deixa governar. Já no século III a.C., um general romano em carta endereçada ao imperador, quando da conquista da Península Ibérica, escrevia: «Há, na parte mais ocidental da Ibéria, um povo muito estranho, não se governa nem se deixa governar!»
Protagonistas de uma história prodigiosa em certos aspectos, teima-mos, contudo, em provar que o tal general romano tinha razão. Se tivermos em linha de conta, as notícias do que «agrada» ou «alarma», «estarrece» ou «entusiasma», temos de chegar à conclusão de que somos, de facto, um povo estranho. Muito estranho mesmo...
Quando se faz… foi mal feito ou não serve e… não se apresentam alternativas.
Quando não se faz… devia ter sido feito, mas… não se apresentam propostas.
A um ano das eleições legislativas, a cegueira aumenta a “olhos vistos”.
A saúde, a educação e a justiça continuam a ser as maiores armas de arremesso político em Portugal.
São usadas, na maioria das vezes, sem peso nem medida pela oposição, independentemente do partido que esteja no Governo, com a consciência da importância que qualquer decisão relativa a estes sectores tem junto da população e, consequentemente, dos eleitores.
E assim, este povo estranho… muito estranho mesmo… continua a adiar o seu futuro.

1 comentário:

Anónimo disse...

A cada dia que passa mais incompreensivel é a atitude de muitos politicos, teoricamente pessoas inteligentes e que são eleitos para servir o povo.
Beijos
Luciana