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sábado, 6 de fevereiro de 2010

A revolta de Fernando Nobre no III Congresso de Economistas

O presidente da AMI, Fernando Nobre, criticou a posição das associações patronais que se têm manifestado contra aumentos no salário mínimo nacional. Na sua intervenção no III Congresso Nacional de Economistas, Nobre considerou "completamente intolerável" que exista quem viva "com pensões de 300 ou menos euros por mês", e questionou toda a plateia se "acham que algum de nós viveria com 450 euros por mês?"
Numa intervenção que arrancou aplausos aos vários economistas presentes, Fernando Nobre disse que não podia tolerar "que exista quem viva com 450 euros por mês", apontando que se sente envergonhado com "as nossas reformas".
"Os números dizem 18% de pobres... Não me venham com isso. Não entram nestes números quem recebe os subsídios de inserção, complementos de reforça e outros. Garanto que em Portugal temos uma pobreza estruturada acima dos 40%, é outra coisa que me envergonha..." disse ainda.
"Quando oiço o patronato a dizer que o salário mínimo não pode subir… algum de nós viveria com 450 euros por mês? Há que redistribuir, diminuir as diferenças. Há 100 jovens licenciados a sair do país por mês, enfrentamos uma nova onda emigratória que é tabu falar. Muitos jovens perderam a esperança e estão à procura de novos horizontes... e com razão", salientou Fernando Nobre.
O presidente da AMI, visivelmente emocionado com o apelo que tenta lançar aos economistas presentes no Funchal, pediu mesmo que "pensem mais do que dois minutos em tudo isto". Para Fernando Nobre "não é justo que alguém chegue à sua empresa e duplique o seu próprio salário ao mesmo tempo que faz uma redução de pessoal. Nada mais vai ficar na mesma", criticou, garantindo que a sociedade "não vai aceitar que tudo fique na mesma".
No final da sua intervenção, Fernando Nobre apontou baterias a uma pequena parte da plateia, composta por jovens estudantes, citando para isso Sophia de Mello Breyner. "Nada é mais triste que um ser humano mais acomodado", citou, virando-se depois para os jovens e desafiando-os: "Não se deixem acomodar. Sejam críticos, exigentes. A vossa geração será a primeira com menos do que os vossos pais".
Fernando Nobre ainda atacou todos aqueles que "acumulam reformas que podem chegar aos 20 mil euros quanto outros vivem com pensões de 130, 150 ou 200 euros... Não é um Estado viável. Sejamos mais humanos, inteligentes e sensíveis".

Fonte: i

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Tu que tiveste a tua infância durante os anos 60, 70 ... Como podes ter sobrevivido?


Os carros não tinham cintos de segurança, apoios de cabeça, nem airbag!
Afinal de contas... Íamos soltos no banco de trás aos saltos e na galhofa. E isso não era perigoso!
As camas tinham grades e os brinquedos eram multicores com pecinhas que se soltavam ou no mínimo pintados com umas tintas “duvidosas” contendo chumbo ou outro veneno qualquer.
Não havia trancas de segurança nas portas dos carros, chaves nos armários de medicamentos, detergentes ou químicos domésticos.
Andávamos de bicicleta para lá e para cá, sem capacete, joelheiras, caneleiras e cotoveleiras...
Bebíamos água em potes de barro, da torneira, duma mangueira, ou duma fonte e não águas minerais em garrafas ditas “esterilizadas”.
Construíamos aqueles famosos carrinhos de rolamentos e aqueles que tinham a sorte de morar perto duma ladeira asfaltada, podiam tentar bater recordes de velocidade e até verificar no meio do caminho que tinham economizado a sola dos sapatos, que eram usados como travões... Depois de acabarmos num silvado aprendíamos.
Íamos brincar na rua com uma única condição: voltar para casa ao anoitecer.
Não havia telemóveis... Os nossos pais não sabiam onde estávamos! Era incrível!
Tínhamos aulas só de manhã, e íamos almoçar a casa.
Quando tínhamos piolhos a nossa mãe lavava-nos a cabeça com “Quitoso” e com um pente fininho removia a piolhada toda.
Braços engessados, dentes partidos, joelhos esfolados, cabeça rachada. Alguém se queixava disso? Não!
Comíamos doces à vontade, pão com Tulicreme, bebidas com o (perigoso) açúcar. Não se falava de obesidade.
Quando comprávamos aqueles tubinhos de Fá naquela mercearia da esquina, vinha logo o pessoal todo a pedir um “coche” e dividíamos com os nossos amigos. Bebiam todos pelo mesmo tubinho e nunca ninguém morreu por isso.
Nada de Playstations, Nintendo,X boxes, jogos de Vídeo, televisão por satélite, televisão a Cabo nem DVD’s, Dolby surround.
O telemóvel era ficção científica.
Computador? Internet? Só amigos.
Brincávamos sempre na rua e éramos super activos...
A pé ou de bicicleta, íamos à casa dos nossos amigos, mesmo que morassem a kms da nossa casa, entrávamos sem bater e íamos brincar.
É verdade! Lá fora, nesse mundo cinzento e sem segurança! Como era possível? Jogávamos futebol na rua, muitas vezes com a baliza sinalizada por duas pedras...
Ás vezes quando éramos muitos tínhamos que ficar de fora sem jogar nem ser substituído... mas nem era o “FIM DO MUNDO”!
Na escola havia bons e maus alunos. Uns passavam e outros eram reprovados. Ninguém ia por isso a um psicólogo ou psicoterapeuta. Não havia a moda dos superdotados, nem se falava em dislexia, problemas de concentração, hiperactividade. Quem não passava, simplesmente repetia de ano e tentava de novo no ano seguinte!
As nossas festas eram animadas por gira-discos , afazerem aqueles cliques da agulha a deslizar nos discos de vinil.
As bebidas, eram claro, a deliciosa groselha com cubinhos de gelo.
Tínhamos:
Liberdade,
Fracassos,
Sucessos e
Deveres... e aprendíamos a lidar com cada um deles!
A única verdadeira questão é: Como conseguimos sobreviver?
E acima de tudo, como conseguimos desenvolver a nossa personalidade?
Também és dessa geração?
Se sim, então lê este post aos teus amigos desse tempo, e também aos teus filhos e sobrinhos, para que eles saibam como era no... Nosso tempo!
Sem dúvida vão responder que era uma chatice, mas ...
Como éramos felizes!

sábado, 13 de junho de 2009

Se o autoritarismo suplanta, o permissível sufoca.

Somos as primeiras gerações de pais decididos a não repetir com os filhos, os erros de nossos progenitores, e, com o esforço de abolirmos os abusos do passado somos os pais mais dedicados e compreensivos, mas, por outro lado os mais bobos e inseguros que já houve na história.
O grave é que estamos lidando com crianças mais “espertas” do que nós, ousadas, e mais “poderosas” que nunca! Parece que, em nossa tentativa de sermos os pais que queríamos ser, passamos de um extremo ao outro.
Assim, somos a última geração de filhos que obedeceram a seus pais e a primeira geração de pais que obedecem a seus filhos. Os primeiros que tememos os filhos. Os últimos que cresceram sob o mando dos pais. E os primeiros que vivem sob o jugo dos filhos.
E, o que é pior, os últimos que respeitamos nossos pais e os primeiros que aceitamos que nossos filhos nos faltem com o respeito.
À medida que o permissível substituiu o autoritarismo, os termos das relações familiares mudou de forma radical para o bem e para o mal.
Com efeito, antes se considerava um bom pai, aquele cujos filhos se comportavam bem, obedeciam suas ordens, e os tratavam com o devido respeito.
E bons filhos, as crianças que eram formais, e veneravam seus pais, mas à medida que as fronteiras hierárquicas entre nós e nossos filhos foram se desvanecendo hoje, os bons pais são aqueles que conseguem que seus filhos os amem, ainda que pouco o respeitem.
E são os filhos, quem agora, esperam respeito de seus pais, pretendendo de tal maneira que respeitem suas ideias, seus gostos, suas preferências e sua forma de agir e viver.
E que além disso, que patrocinem no que necessitarem para tal fim.
Quer dizer; os papéis se inverteram. Agora são os pais que têm que agradar a seus filhos para “ganhá-los” e não o inverso como no passado.
Isto explica o esforço que fazem tantos pais e mães para serem os melhores amigos e “darem tudo” a seus filhos.
Dizem que os extremos se atraem.
Se o autoritarismo do passado encheu os filhos de medo de seus pais a debilidade do presente os preenche de medo e menosprezo aos nos verem tão débeis e perdidos como eles.
Os filhos precisam perceber que durante a infância, estamos à frente de suas vidas, como líderes capazes de sujeitá-los quando não os podemos conter e de guiá-los, enquanto não sabem para onde vão...
É assim que evitaremos que as novas gerações se afoguem no descontrole e tédio no qual está afundando uma sociedade que parece ir à deriva, sem parâmetros nem destino.
Se o autoritarismo suplanta, o permissível sufoca.
Apenas uma atitude firme, respeitosa, lhes permitirá confiar em nossa idoneidade para governar suas vidas enquanto forem menores, porque vamos à frente liderando-os e não atrás, carregando-os e rendidos às suas vontades.
Os limites abrigam o indivíduo.
Com amor ilimitado e profundo respeito.
(Autor desconhecido)
Gentilmente enviado pela nossa leitora e amiga Sandra Valeriote

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Geração Y / Generation Y

Para a geração dos 30/40

A juventude de hoje, na faixa que vai até aos 20 anos, está perdida. E está perdida porque não conhece os grandes valores que orientaram os que hoje rondam os trinta. O grande choque, entre outros nessa conversa, foi quando lhe falei no Tom Sawyer. 'Quem? ', perguntou ele.
Quem?! Ele não sabe quem é o Tom Sawyer! Meu Deus... Como é que ele consegue viver com ele mesmo? A própria música: 'Tu que andas sempre descalço, Tom Sawyer, junto ao rio a passear, Tom Sawyer, mil amigos deixarás, aqui e além...' era para ele como o hino senegalês cantado em mandarim.
Claro que depois dessa surpresa, ocorreu-me que provavelmente ele não conhece outros ícones da juventude de outrora. O D'Artacão, esse herói canídeo, que estava apaixonado por uma caniche; Sebastien et le Soleil, combatendo os terríveis Olmecs; Galáctica, que acalentava os sonhos dos jovens, com as suas naves triangulares; O Automan, com o seu Lamborghini que dava curvas a noventa graus; O mítico Homem da Atlântida, com o Patrick Duffy e as suas membranas no meio dos dedos; A Super Mulher, heroína que nos prendia à televisão só para a ver mudar de roupa (era às voltas, lembram-se?); O Barco do Amor, que apesar de agora reposto na Sic Radical, não é a mesma coisa. Naquela altura era actual... E para acabar a lista, a mais clássica de todas as séries, e que marcou mais gente numa só geração:
O Verão Azul. Ora bem, quem não conhece o Verão Azul merece morrer.
Quem não chorou com a morte do velho Shanquete, não merece o ar que respira. Quem, meu Deus, não sabe assobiar a música do genérico, não anda cá a fazer nada.
Depois há toda uma série de situações pelas quais estes jovens não passaram, o que os torna fracos: Ele nunca subiu a uma árvore! E pior, nunca caiu de uma. É um mole. Ele não viveu a sua infância a sonhar que um dia ia ser duplo de cinema. Ele não se transformava num super-herói quando brincava com os amigos. Ele não fazia guerras de cartuchos, com os canudos que roubávamos nas obras e que depois personalizávamos.
Aliás, para ele é inconcebível que se vá a uma obra. Ele nunca roubou chocolates no Pingo-Doce. O Bate-pé para ele é marcar o ritmo de uma canção.
Confesso, senti-me velho...
Esta juventude de hoje está a crescer à frente de um computador. Tudo bem, por mim estão na boa, mas é que se houver uma situação de perigo real, em que tenham de fugir de algum sítio ou de alguma catástrofe, eles vão ficar à toa, à procura do comando da Playstation e a gritar pela Lara Croft.
Óbvio, nunca caíram quando eram mais novos. Nunca fizeram feridas, nunca andaram a fazer corridas de bicicleta uns contra os outros.
Hoje, se um miúdo cai, está pelo menos dois dias no hospital, a levar pontos e fazer exames a possíveis infecções, e depois está dois meses em casa fazer tratamento a uma doença que lhe descobriram por ter caído. Doenças com nomes tipo 'Moleculum infanticus', que não existiam antigamente.
No meu tempo, se um gajo dava um malho muitas vezes chamado de 'terno'
nem via se havia sangue, e se houvesse, não era nada que um bocado de terra espalhada por cima não estancasse.
Eu hoje já nem vejo as mães virem à rua buscar os putos pelas orelhas, porque eles estavam a jogar à bola com os ténis novos. Um gajo na altura aprendia a viver com o perigo. Havia uma hipótese real de se entrar na droga, de se engravidar uma miúda com 14 anos, de apanharmos tétano num prego enferrujado, de se ser raptado quando se apanhava boleia para ir para a praia. E sabíamos viver com isso. Não estamos cá? Não somos até a geração que possivelmente atinge objectivos maiores com menos idade? E ainda nos chamavam geração 'rasca'...
Nós éramos mais a geração 'à rasca', isso sim. Sempre à rasca de dinheiro, sempre à rasca para passar de ano, sempre à rasca para entrar na universidade, sempre à rasca para tirar a carta, para o pai emprestar o carro. Agora não falta nada aos putos.
Eu, para ter um mísero Spectrum 48K, tive que pedir à família toda para se juntar e para servir de presente de anos e Natal, tudo junto.
Hoje, ele é Playstation, PC, telemóvel, portátil, Gameboy, tudo.
Claro, pede-se a um “chavalo” de 14 anos para dar uma volta de bicicleta e ele pergunta onde é que se mete a moeda, ou quantos bytes de RAM tem aquela versão da bicicleta.
Com tanta protecção que se quis dar à juventude de hoje, só se conseguiu que oito em cada dez putos sejam cromos.
Antes, só havia um cromo por turma. Era o totó de óculos, que levava porrada de todos, que não podia jogar à bola e que não tinha namoradas.
É certo que depois veio a ser líder de algum partido, ou gerente de alguma empresa de computadores, mas não curtiu nada.

Artigo de Nuno Markl

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

sábado, 8 de novembro de 2008

O Aquecimento Global e a Moda

Se há coisa que apreciamos é a originalidade e criatividade, demonstrada pelas gerações mais jovens. Não se veja, contudo, nesta afirmação qualquer sentido pejorativo.
Protagonistas e resultado, muitas vezes incompreendido pelas gerações mais velhas, de uma modernidade acelerada, e em constante mutação, os mais jovens conseguem sempre surpreender-nos com os seus olhares, muito próprios, sobre alguns dos temas que mais preocupam a sociedade actual.
Como todos sabemos ou deveríamos saber, o aquecimento global é um fenómeno climático de larga extensão, originado pelo aumento da temperatura média superficial global e que vem acontecendo nos últimos 150 anos, em grande parte devido ao aumento da concentração de poluentes de origem humana na atmosfera.
Convidados a pronunciarem-se, sobre a problemática do aquecimento global, através de fotos alusivas ao fenómeno, um grupo de trabalho do 3º ciclo, entre outras, seleccionou a foto exposta.
Legenda simples e contextualizada: A influência exercida pelo aquecimento global sobre a moda nos últimos dois séculos.

sábado, 25 de outubro de 2008

Pai... Mãe... Deixem-me aprender

Parafraseando Daniel Sampaio, por favor... Inventem-se novos pais.
Vem isto a propósito de algo que tenho “vivido por dentro”, embora de forma mais ou menos indirecta e, que diz respeito aos trabalhos de grupo de crianças do 5º ano de escolaridade.
Ou seja, a minha sobrinha, que frequenta o dito, como seria lógico e plausível, tem-me solicitado apoio na elaboração de alguns dos ditos trabalhos. Da minha parte e acima de tudo tenho primado pelo inculcamento de hábitos que versam as técnicas e metodologias, quer na pesquisa dos conteúdos, quer na sua elaboração, sem qualquer tipo de interferência na feitura dos mesmos.
Acontece porém, que me fui apercebendo de que algo, fora do contexto, ocorria, ou seja, a existência da interferência e disputa acérrima e inusitada da parte dos encarregados de educação, dos restantes elementos do grupo, sobre quem fez e o que fez em cada trabalho.
No entanto, não satisfeitos com tais actos, substituem os respectivos educandos elaborando eles os trabalhos, impossibilitando-os e incapacitando-os, deste modo, não só da criatividade, como do empreendedorismo necessários, para a evolução no que respeita ao percurso escolar, nesta faixa etária.
Perante tais evidencias, lembrei-me de imediato dos resultados de um trabalho realizado há cerca de um ano, embora com encarregados de educação e alunos de escolaridade mais elevada, mas que podem perfeitamente serem inferidos para o contexto descrito, e no qual constatei alguns factos que aqui relembro.
Normalmente, muitos de nós quando usamos o termo educar nas conversas quotidianas comuns pensamos muitas vezes na educação como sinónimo de disciplinar ou domesticar, ou seja, raramente se emprega a palavra educação sem lhe delimitar imediatamente o sentido.
Nesse estudo, foi proposta uma definição - possivelmente criticável – mas que serviu de ponto de partida, isto é, a educação como uma acção consciente que permite a um ser humano desenvolver as suas aptidões físicas e intelectuais bem como os seus sentimentos sociais, estéticos e morais, com o objectivo de cumprir, tanto quanto possível, a sua missão como ser que vive em sociedade.
Partindo desse pressuposto interessou-nos, entre outras mas que não interessam para o exposto, saber a opinião dos encarregados de educação perante a questão, "Na tarefa de educar, a escola deve privilegiar": a preparação cientifica, os métodos de trabalho, a sensibilização para os valores, a educação cívica.
O objectivo consistia em analisar a avaliação feita pelos encarregados de educação, relativamente às diferentes situações apresentadas, onde estavam subjacentes, grosso modo, tanto os aspectos intelectuais como os sociais.
Nas respostas dadas sobressaiu a desvalorização dada à "Educação cívica" e à "Sensibilização para os valores", que representaram, 7% e 18%, respectivamente, das respostas. Constatou-se que os inquiridos valorizavam, sobretudo, como tarefa de educar os seus educandos, os aspectos da "Preparação cientifica" (34%) e os "Métodos de trabalho" (31%).
Por outro lado, quando questionados sobre "O que espera que a escola proporcione ao seu filho / educando", o aspecto da "Formação cientifica adequada", apareceu, somente, em terceiro lugar, em cinco possíveis.
No que respeita aos professores, os representantes mais visíveis do poder institucional escolar, por muitos apontados como os responsáveis directos pelas insuficiências que aparentam envolver a prestação menos conseguida dos alunos, sobretudo quando a avaliação que lhes é feita se traduz em resultados que os pais não esperam. Os encarregados de educação não se coibiam de apontar o dedo aos professores não apenas pelo insucesso escolar, mas também pelo suposto grau de exigência que é colocado no processo de avaliação.
Eis as respostas de alguns docentes: [...] Para a grande maioria dos pais interessa é que o professor dê a melhor nota possível e se necessário fazer pressão para se obter o melhor resultado… a preocupação dos pais não é se o programa está a ser ensinado, desde que o professor dê aquela nota está tudo bem […]. […] Os pais têm sempre a tendência de valorizar e desculpabilizar os filhos. Contestam com frequência as notas que são atribuídas e responsabilizam quase sempre os professores quando as notas não são as melhores. Muitas vezes preocupa-os mais a avaliação, do que se os filhos sabem ou não o que os professores procuraram ensinar-lhes […].
Como se constata existe um determinado tipo de comportamento por parte dos encarregados de educação, sobretudo quando está em jogo a avaliação dos filhos ou educandos. Tal não significa que se deva apenas apontar aspectos negativos à intervenção dos pais no processo de aprendizagem dos jovens alunos. De facto, não generalizando as atitudes comportamentais antes referidas, até se podem encontrar, no actual contexto da sociedade, algumas justificações, para o modo como actuam, onde a compensação pelas falhas no acompanhamento dos filhos parece acabar por ser feita através de um certo facilitismo e de alguma permissividade. Isto é, como sublinha Pierre Bourdieu, as acções pedagógicas exercidas pelas famílias e pela Escola "não se complementam harmoniosamente" dada a desigual familiaridade e distância cultural perante a Escola.

PS: O presente artigo, não se apresenta como uma critica a eventuais e/ou evidentes deficiências do sistema educativo em Portugal.