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terça-feira, 8 de março de 2011

Cem anos de um dia dedicado a todas as mulheres


Reconheço e lamento que, hoje, em pleno século XXI, ainda seja necessário comemorar o Dia Internacional da Mulher como um momento simbólico da luta universal pelo direito à igualdade.
Porque apesar das importantes conquistas alcançadas, a verdade é que, em todo o Mundo, as mulheres ainda sofrem os mais diversos e violentos atos de crueldade, sendo por isso necessário unir forças para fazer valer os seus direitos e a sua segurança.
O Dia Internacional da Mulher deve por isso ser encarado, não apenas como um dia festivo em que se celebra a conquista de direitos justamente adquiridos, mas sobretudo como um grito de revolta contra a discriminação que ainda prolifera no nosso Mundo contra muitos milhões de mulheres.
Uma discriminação que infelizmente não se resume apenas a questões laborais, como as que estiveram na origem desta já longa jornada e que lamentavelmente ainda persistem na atualidade.
Hoje, vivemos num Mundo onde todos os anos morrem milhares de mulheres sujeitas às mais diversas formas de agressão física e psicológica, sem que muitos desses inclassificáveis atos conheçam a devida punição.
Neste dia, não nos esqueçamos por isso de homenagear esses muitos milhões de mulheres, cuja voz permanece silenciada por mentes e mentalidades impiedosas, que teimam em resistir, mesmo nas chamadas sociedades modernas.
No Dia Internacional da Mulher, adotado pelas Nações Unidas precisamente para reforçar a luta pela igualdade de direitos, há sem dúvida muito para celebrar.
Mas há sobretudo que fazer justiça. Denunciando em voz alta todos os crimes praticados contra as mulheres, apontando sem temor os nomes dos seus opressores e afirmando, sem receio ou pudor, o nosso orgulho em ser mulher.
Porque ser mulher é garantir a vida e a vida só faz sentido quando existe amor. E não há amor sem igualdade!

Isilda Gomes
Governadora Civil de Faro

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

AS MAZELAS (de Rosa Lobato Faria)

Aos 77 anos, como é natural, aparecem-nos todas as mazelas. Insignificâncias, uma dor aqui, uma dor ali, nas costas, na perna, na cabeça, uma pequena coisa na pele, na unha, no olho. Não ligo nenhuma. Porque a minha pior mazela é não acreditar que tenho 77 anos.
Eu bem me farto de dizer aos quatro ventos a minha idade para ver se interiorizo esse facto, mas, por dentro, estou na casa dos trinta, vá lá quarenta, e não passo daí.
Setenta e sete anos? Que louura!
Tenho sempre tanta coisa para fazer, para acabar, para ler, para escrever, tanto lugar para visitar. Tanto Museu para ver e depois as mazelas – aí!-, mas vou, porque tenho trinta anos e, evidentemente, tenho que ir.
Não tenho a noção de ser uma senhora velha. Digo, «estava lá uma velhota», ou «imaginem que uma velha»... Estou a falar de pessoas provavelmente mais novas do que eu, mas não me enxergo. Até quando irá durar esta idade subjectiva que não me deixa envelhecer tranquilamente.
Só quando me oferecem o braço (já caí na rua e parti a perna, mas nem assim...), quando não me dirigem galanteios (que estranho!), acordo para a realidade, aí, é verdade, tenho 77 anos, que maçada...
Ultimamente, tive (ou tenho, ainda não percebi) cancro de mama. Como acho que Deus não me ia mandar esta doença só para me chatear, abri uma campanha de sensibilização (televisão incluída), para que as mulheres façam mamografias. Transformei a porcaria da doença numa coisa positiva.
Passei os trâmites habituais operação, radioterapia, etc., tudo pacífico.
Ainda por cima, o médico disse-me que era pouco provável que o cancro me matasse, porque, na minha idade, as células já não são o que eram...
Aí, sim?
Tenho 77 anos, que alegria!

Publicado em WOMEN'S PRATICE (Um dos últimos textos assinados por Rosa Lobato Faria, pouco tempo antes da sua morte)

domingo, 20 de dezembro de 2009

Mulheres Andina (Lima / Peru)


O banco de suplentes de uma equipa andina do campeonato nacional de futebol das mulheres indígenas.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Dia Internacional Contra a Violência Contra as Mulheres

Assinala-se hoje o Dia Internacional Contra a Violência Contra as Mulheres.
Este ano, em Portugal, já morreram 26 mulheres vítimas de violência doméstica. Mais de metade têm menos de 35 anos e os homicídios tentados chegam já aos 42 casos. Segundo o jornal «Público», os números da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) são provisórios. A grande maioria dos actos de violência continua a não ser denunciada por medo e vergonha. Tal como as vítimas, os agressores têm um novo perfil. O indivíduo bêbedo ou toxicodependente dá agora lugar a um homem jovem, entre os 25 e os 40 anos, com alguma instrução e socialmente bem estruturado. No entanto, no íntimo do lar abusa da violência física e psicológica. Ele pode ser o marido, companheiro, namorado ou o ex-marido, o ex-companheiro e ex-namorado, que não aceitou o fim da relação. Em média, uma mulher em cada três sofre de violência na sua vida, desde espancamentos a relações sexuais impostas ou outras formas de maus-tratos, segundo um relatório do secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, divulgado em Outubro.
As campanhas são mais visíveis, mesmo assim os actos de violência são cada vez mais perigosos e com resultados fatais. As associações de apoio à vítima e de luta contra a violência defendem que é a partir da mudança de mentalidades que o cenário se pode alterar.

Fonte: TVI 24 e Publico
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