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sexta-feira, 24 de junho de 2011

Alguns CEO são “psicopatas bem-sucedidos”

“De génio e de louco todos temos um pouco”, diz o adágio popular. O problema é quando são os loucos geniais a decidirem o futuro do planeta, as políticas dos países ou a gestão das empresas. O tema não é original e, por isso mesmo, exige preocupação. Depois de uma nova pesquisa, transformada em livro, sugerir que quatro por cento dos CEO possuem traços psicopáticos, o VER foi à procura das desordens mentais que parecem proliferar nos ambientes organizacionais


De acordo com as estatísticas, 1 em cada 100 pessoas tem traços de psicopatia. Mas, a incidência das características que definem os psicopatas sobe para 4% entre os CEO. Esta foi uma das “descobertas” feita pelo jornalista e escritor Jon Ronson enquanto fazia pesquisa para o seu último livro: The Psychopath Test: A Journey Through the Madness Industry.
O jornalista britânico e autor de livros que se transformaram em filmes de sucesso, como é o caso de “O Homem que matava cabras só com o olhar”, com um elenco de luxo que incluí George Clooney, Jeff Bridges e Kevin Spacey, mergulhou no mundo das desordens mentais e dos perfis criminais para tentar perceber o que transforma alguma pessoas em psicopatas – predadores perigosos que não possuem mecanismos de controlo de comportamento nem sentimentos “naturais” que todos nós damos como garantidos. E uma das coisas que aprendeu ao longo da sua pesquisa prende-se com esta percentagem de pessoas que, com traços psicológicos específicos, conseguem chegar aos mais altos cargos da gestão de grandes empreendimentos.
O best-seller que entrou directamente para o top dos livros mais vendidos do The New York Times não é, de longe, o primeiro sobre esta temática, que há várias décadas fascina estudiosos de vários quadrantes. E, de tempos a tempos, surgem livros, estudos e artigos que “comprovam” que alguns CEOs são psicopatas bem-sucedidos, sendo que os criminosos que escondem cadáveres nos seus jardins são os denominados psicopatas mal sucedidos.
De acordo com Robert Hare, o criador do Teste de Psicopatia (uma checklist de 20 itens), largamente utilizado por forças policiais especiais como o FBI e outras unidades de comportamento criminal, “os psicopatas possuem uma ausência profunda de empatia; utilizam as pessoas de forma cruel e sem qualquer tipo de remorso para atingir os seus fins; seduzem as vítimas com um charme hipnótico que mascara a sua verdadeira natureza de mentirosos compulsivos, de mestres na arte de enganar e de manipuladores sem coração. Com tendência para se aborrecerem facilmente, procuram estímulos constantes, pois o que os excita é ganharem “jogos” da vida real, ao mesmo tempo que retiram todo o prazer possível do poder que têm relativamente aos outros”.
Um dos perfis que encaixa perfeitamente na “lista” de Hare [e que serviu de base ao trabalho de Ronson] é Al Dunlap, o antigo CEO da Sunbeam, conhecido, entre outras coisas, por ter sido um impiedoso downsider. Com uma alcunha, no mínimo, digna de um bom filme de terror –Chainsaw Al ou o homem da motosserra – foi inúmeras vezes elogiado e ascendeu a vários cargos de topo, pois entre as suas várias especialidades – era também conhecido por ser o mestre das reestruturações – contava-se a facilidade com que despedia pessoas sem mostrar qualquer tipo de emoção. De qualquer das formas, quanto mais cruelmente as administrações das quais fazia parte se comportavam, maior era o seu valor accionista no mercado. O que leva à inevitável questão: será que estes traços de psicopatia podem ter um lado positivo?
“Nem todos os CEOs da Fortune 500 são psicopatas”
A boa notícia é dada pelo próprio autor da pesquisa mas que, em entrevista recente à revista Forbes, afirma também que o seu livro “oferece evidências de que a forma como o capitalismo está estruturado é, na verdade, uma manifestação física anómala do cérebro conhecida como psicopatia”. Explicando sumariamente qual a gradação do teste de Hare – cujo nível máximo é 40 – Ronson explica que uma pessoa que atinja 20 pontos é já digna de preocupação e que alguém com um score de 30 é já considerado como um psicopata verdadeiramente perigoso (em termos legais, o limite é 29 pontos). Obviamente que dentro de um espectro tão alargado, há que ter em conta os níveis absolutos sendo que o que mais é utilizado é a ausência literal de empatia. Nos psicopatas com as “notas” mais elevadas neste teste, “aquilo que ocupa o espaço deixado livre pela ausência de empatia é o verdadeiro gozo de manipular pessoas, sem qualquer tipo de remorso ou culpa”.
Mas e no que respeita a traços deste tipo de personalidade que parecem conduzir ao sucesso? Para Ronson, obviamente que existem traços que não gostaríamos de ver nos nossos chefes, como a dificuldade em controlar certo tipo de comportamentos. Mas, se for possível considerar outros aspectos como positivos e que constam também na checklist de Hare, os mais visíveis e atribuídos a CEOs de sucesso estão relacionados com a necessidade constante de serem estimulados e de não conseguirem lidar com situações em que nada acontece. “Quando se procura um CEO de sucesso, a ideia é que ele não se sente quieto, mas que esteja constantemente a pensar em novas formas de fazer as coisas”, afirma à Forbes. E alguns psicólogos consideram alguns destes atributos como positivos tal como a frieza sob situações de pressão, própria de líderes de sucesso e também de psicopatas. E, basicamente, os psicopatas com resultados elevados no teste de Hare podem ser líderes brilhantes, mas apenas por prazos curtos. Dando mais uma vez o exemplo de Al Dunlap, “o que eles querem fazer é ‘matar’ e passar para outro desafio”.
Mas é assim tão linear reconhecer tipos de psicopatia? Para melhor identificar os “sub-criminosos” ou os denominados psicopatas empresariais, Hare dividiu 20 características em dois subconjuntos ou “factores”. Os psicopatas empresariais tiveram uma pontuação mais elevada no Factor 1, aquele que inclui a categoria dos “egoístas, insensíveis e utilizadores sem remorsos de outros”. E inclui oito traços por excelência: frieza e charme superficial; sentimento exagerado do próprio valor; mentira patológica; ludibriar e manipular; ausência de remorso ou culpa; o efeito da superficialidade, ou uma frieza mascarada por actos emocionais dramáticos que, na verdade, faz deles excelentes actores; a já mencionada falta de empatia e a incapacidade de aceitar a responsabilização pelos seus próprios actos. Soa-lhe familiar? Em contrapartida, estes denominados psicopatas empresariais tiveram pontuações menos elevadas no Factor 2, cujos principais traços incluem “estilos de vida socialmente desviantes e instabilidade crónica” e que são facilmente atribuídos às pessoas que acabam atrás das grades por crimes bem mais horrendos do que a contabilidade criativa.
Numa linha análoga, duas psicólogas britânicas, Belinda Board e Katarina Frizon, realizaram uma investigação na Universidade de Surrey, para a qual entrevistaram e fizeram testes de personalidade a 39 executivos de topo britânicos, comparando seguidamente os seus perfis a criminosos acusados e a pacientes psiquiátricos. De acordo com os resultados, os executivos conseguiam ser até mais superficialmente charmosos, egocêntricos e desonestos que os criminosos e igualmente megalómanos, abusivos e sem mostras de empatia. E também estas duas investigadoras separam estes psicopatas em duas categorias: os bem-sucedidos executivos de topo e os criminosos, mal sucedidos – que são muito mais impulsivos e fisicamente agressivos.
Claro que para o comum dos mortais será fácil apelidar de monstro qualquer pessoa que tenha mais sucesso que ele próprio. E, se pensarmos num dos escândalos recentes que incluem “abuso de poder”, também não será difícil encontrar traços desumanizados e que constam no teste de Hare. Alegadamente, Dominique Strauss-Khan tem dificuldade em controlar o seu comportamento, é extremamente impulsivo e possui um comportamento sexual promíscuo. Por outro lado, é considerado como um sedutor bem-sucedido, mestre na arte da manipulação e um líder brilhante. O que não é suficiente – e ainda bem – para fazer generalizações. Mas, se escavarmos na literatura e na própria História, não faltam exemplos que ligam o sucesso a desordens mentais. E estes são encontrados nas mais altas esferas de poder da nossa sociedade: na política, nas finanças e nas empresas.
Empresas psicopatas
Robert Hare foi um dos entrevistados no documentário “The Corporation” que deu que falar nos já idos anos de 2005 e sobre o qual o VER já escreveu. Neste, era a própria empresa que, sentada no divã, era analisada e diagnosticada da seguinte forma: “enquanto psicopata, a empresa persegue implacavelmente os seus próprios interesses económicos, independentemente de quão destruidoras possam ser as consequências para os outros. Incapaz de sentir culpa ou consideração pelas pessoas e pelo ambiente, absurdamente egocêntrica, a empresa psicopata e os seus interesses desenfreados vitimam os indivíduos, a sociedade, e até mesmo os accionistas e podem levar as organizações à autodestruição, como têm vindo a revelar os diversos escândalos na Europa e Estados Unidos [na altura em que o documentário começou a ser feito, sofria-se a estupefacção relativamente à Enron e à WorldCom].
Mas e entretanto, a chamada responsabilidade social das empresas começou a constar no mapa de bom comportamento exigível e, no próprio documentário, esta entidade era igualmente descrita como “capaz de imitar qualidades humanas como a empatia, o cuidado com os outros e o altruísmo”.

A utilização de testes psicológicos para identificar desvios de personalidade são cada vez mais utilizados e em domínios muitos distintos. O próprio Hare, que iniciou a sua já longínqua pesquisa em estabelecimentos prisionais nos Estados Unidos – com uma incidência de cerca de 25% de psicopatas face à população prisional – estabeleceu uma parceria com um outro psicólogo, Paul Babiak, especialista em psicologia organizacional, para a elaboração do denominado B-Scan e que é comummente utilizado nas empresas quando, em períodos de recrutamento, surgem candidatos detentores de um MBA, mas com uma preocupante ausência de consciência. Hare foi citado, há vários anos, por toda a imprensa, quando afirmou numa conferência que “se não estivesse a estudar psicopatas na prisão, teria muito material de estudo na Bolsa de Nova Iorque”.
Ditadura e loucura
A tendência para relacionar indivíduos com traços de psicopatia e outros que chegaram ao topo de poder, financeiro ou político, já não é apenas apanágio de um grupo de psiquiatras com aparentemente pouco que fazer. Pelo contrário. Logo que a Primavera Árabe começou a sair para as ruas, multiplicaram-se as análises, recuperaram-se estudos e propuseram-se inúmeras teorias que tentam ligar directamente o poder a uma certa dose de loucura. O registo não é o mesmo, mas tem características similares.
Principalmente quando o clube de ditadores que se recusou a abandonar o poder mesmo sabendo que teria poucas hipótese de resistir, a história voltou a fazer manchete. Por exemplo, a revista Time escrevia, há umas semanas, que os ditadores parecem ter uma propensão psicológica para lutar pelos seus títulos custe o que custar. Nos registos públicos de muitos deles, de Estaline a Mao, passando por Saddam Hussein ou pelo próprio Khadafi – já é possível ver-se padrões que moldam estas personalidades ditatoriais. Pelo menos desde que o Office of Strategic Services encomendou um perfil secreto intitulado “A Psychological Analysis of Adolf Hitler," e que foi divulgado em 1943, os psicólogos têm procurado uma explicação adequada para a mente autoritária. E novas pesquisas parecem estar agora mais perto de explicar como é que os líderes se transformam em déspotas. E se existem várias explicações para o comportamento ditatorial, uma delas é definida por serem exactamente psicopatas e considerada como a mais simples e sedutora explicação psicológica da ditadura. Definida mediante o termo anti-séptico “desordem de personalidade anti-social”, as suas características são, entre outras, “a realização repetida de actos que abrem terreno à detenção”, desonestidade, impulsividade e ausência de remorso.

É difícil pensar num ditador que não tenha demonstrado estes traços. Por exemplo, os ditadores não só mentem aos outros, como mentem a si próprios. “Se alguma vez Estaline chamou traidor a alguém, não eram só as mentes dos outros que ele estava a manipular”, escreve o historiador de Oxford Robert Servive na biografia sobre o ditador. De uma forma similar, Khadafi parece verdadeiramente acreditar não só que a oposição ao seu regime é igual à oposição à própria existência da Líbia mas, como ele mesmo afirmou, logo a seguir aos levantamentos populares se terem iniciado, que “todo o meu povo está comigo. Eles irão morrer para me proteger”. A diferença é que os verdadeiros psicopatas não são apenas assassinos mentiroso e sem remorsos, mas também cruéis e brutais, o que não acontece com a maioria dos ditadores, pelo menos no que respeita a perpetrar este tipo de actos pelas suas próprias mãos.
 Scott Atran é um psicólogo da Universidade do Michigan que há duas décadas se dedica a estudar os “homens fortes” do mundo. E a sua principal conclusão é que é um impulso no sentido da moralidade, e não o sadismo ou a ambição, que move os homens com este tipo de personalidade. Hitler, por exemplo, recusou o equivalente a centenas de milhares de dólares para reclassificar um pequeno grupo de judeus austríacos como não judeus. De forma similar, Atran e a sua equipa têm vindo a publicar relatórios com evidências claras de que o regime iraniano ignora ofertas substanciais de ajuda para acabar com o seu programa nuclear, pois o considera “um valor sagrado” de independência.
Ambiente organizacional convida aos desvios de personalidade?
Voltando às empresas, Hare afirma também que o ambiente organizacional da actualidade se tem vindo a tornar cada vez mais “hospitaleiro” para este tipo de personalidades. Num estudo pioneiro e de longo curso efectuado pelo colega Babiak, este concentrou-se em algumas multinacionais (cujos nomes não foram revelados) e nas mudanças organizacionais dramáticas - desde downsizings severos, a reestruturações, fusões e aquisições – e concluiu que este tipo de tumultos abre terreno para a “eclosão” de personalidades desviantes. Para além de alertar para o facto de as guerras produzirem excelentes oportunidades para que psicopatas criminosos possam brilhar. Citando o exemplo de Slobodan Milosevic, da Sérvia – Babiak concluiu que estas perturbações criam um ambiente de boas-vindas aos “assassinos empresariais”. “O psicopata não tem qualquer dificuldade em lidar com as consequências de uma qualquer mudança dramática. Pelo contrário, é nestas alturas em que mais ‘floresce’”, afirmava Babiak numa entrevista à revista Fast Company em 2007. “O caos organizacional fornece o estímulo necessário para as emoções procuradas pelos psicopatas ao mesmo tempo que oferece a cobertura suficiente para a manipulação e para os comportamentos abusivos”, acrescenta.
 Michael Maccoby, um psicoterapeuta e consultor de grandes multinacionais, afirma que é fácil este tipo de psicopatas atingir o sucesso na sociedade. É que na verdade são poucas as pessoas que conseguem descortinar o quão diferentes eles são da maioria de nós. Quando assumimos que eles se preocupam com os sentimentos dos outros, torna-se muito mais fácil para eles conseguirem “brincar” connosco. E, apesar de não terem empatia, desenvolvem, tal como um bom actor, a capacidade de a fingirem na perfeição. E mesmo não tendo a mínima preocupação no que respeita aos que os rodeiam, possuem um elemento de inteligência emocional que lhes permite observrem, com clareza, as nossas emoções e manipularem-nas.
A boa notícia é que parece ser possível fazer algo relativamente aos psicopatas empresariais. É do consenso científico que apenas 50% da nossa personalidade é influenciada pela genética, o que demonstra que os psicopatas são igualmente moldados pela cultura que os acolhe. Assim e apesar de ser uma boa ideia mantermo-nos atentos, está também nas mãos de todos nós contribuirmos para alterar a cultura organizacional que nos rodeia.
By: Helena Oliveira / Veja

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Mais do que qualquer outro evento, foi a maré súbita de revisões em baixa de produtos estruturados relacionados com os famosos créditos "subprime", ou seja, empréstimos para comprar casa concedidos a pessoas com poucos recursos que esteve na origem do dilúvio financeiro a que o mundo ocidental tem assistido desde 2008.
A investigação dos senadores norte-americanos conclui que a Moody's e a Standard & Poors continuaram a dar "ratings" de triplo A, isto é, a melhor nota a produtos derivados deste tipo de créditos, durante demasiado tempo, mesmo meses depois da implosão da bolha imobiliária norte-americana.
Posteriormente, quando reagiram, quiseram compensar o atraso com revisões em baixa repentinas e sucessivas, o que levou à paragem do sistema circulatório da alta finança.
O senado revelou documentos das duas agências que mostram como a Moody's e a S&P estavam, já em 2006, avisadas quanto ao problema do mercado hipotecário e não fizeram nada para evitar o problema.
A situação agravou-se, escrevem os relatores, porque não houve incentivo para que as agências não reviram em baixa os "ratings" de produtos que, ao mesmo tempo, lhes davam lucro.
O relatório inclui mensagens de correio electrónico de funcionários de ambas as agências, os "mails" mostram que a pressão sobre elas veio de bancos de investimento, que comercializam pacotes de crédito "subprime" que queriam ver bem cotados.
Numa reacção ao relatório, a S&P diz que a empresa já levou a cabo reformas internas para melhorar a qualidade das avaliações, a Moody's prefere não reagir.
Hugo Neutel - TSF


sábado, 6 de fevereiro de 2010

Portugal: O país da agnosia

A possível nomeação de Vítor Constâncio para vice-presidente do Banco Central Europeu já terá sido assegurada por Berlim, segundo a imprensa alemã de hoje.
De acordo com o jornal Wirtschaftswoche, que cita fontes próximas dos bancos centrais, para a reunião informal da União Europeia (UE) que decorre quinta-feira, a chanceler alemã Angela Merkel já terá reunido um "largo consenso" a favor da nomeação do português Vítor Constâncio.
Constâncio segue as pisadas de Guterres, Sampaio e outros, que no nosso país, não passavam de… na “sabedoria popular” de “bestas incompetentes”.
Continuamos a ser um povo estranho, muito estranho mesmo…

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Gestão ao estilo “wrestling entertainment”

Toda e qualquer organização, digna desse nome, privada ou governamental, pressupõe uma visão sistémica (hierarquia, estratégia, meios e pessoas em interacção), ou seja, um sistema com subsistemas em permanente auto-produção onde o todo é mais que a simples soma das partes.

A gestão, de uma organização, é por norma pragmática, ou seja, é preciso fazer escolhas e direccionar as opções, no entanto alguns gestores acham que adquiriram por usucapião o direito natural de serem gestores, no entanto não é na convicção que se encontra a chave mágica e, ainda menos em vertigens, acumuladas nos sótãos de alguma “intelegentsia” apaixonada confessa de lugares que acomete certas cabecinhas pensadoras, associando dois fenómenos transversais: a vontade de escorraçar e a vontade de não ouvir.

Pretendendo um regresso a passados “gloriosos” e o fim de tempos negros de ocupação intelectual, alguns gestores de “gestão ao estilo wrestling entertainment” olham para a gestão como um subproduto, não se mostrando muito preocupados com o tempo e dinheiro que é desperdiçado todos os dias nas organizações devido à má gestão das emoções ligadas ao poder.

Pior que o impacto dessa metodologia de gestão é a forma como, este tipo de gestores (teoricamente composto por pessoas inteligentes, com um certo grau de escolaridade e preparados para conduzirem pessoas), distorcem os padrões de relações no espaço em questão, optando por ameaças implícitas e comunicação agressiva, alicerçados na esperança de que, tal como diria Goebbells, repetindo a mentira até à exaustão, esta se transforme numa verdade... por exaustão.

A criatividade e o espírito de grupo estão arredados, quase sempre, pois tanto uma como outra, não surgem por imposição mas, impreterivelmente, associadas à qualidade da comunicação e do relacionamento dentro da organização. Sem tal, não existe espaço tanto para o crescimento natural como para a detecção e evitamento de erros, os quais são sistematicamente adiados.

Os maiores erros, destes gestores, são a perda não só de informação mas, igualmente, de visão e capacidade de reacção, pois passam o tempo a queixarem-se dos “meninos maus” que lhes roubam o brinquedo no recreio.

Quando se gere e não se ouve, acaba-se por cegar, não só quanto há realidade, mas também quanto ao que se julga conhecer. Ou seja, gerir é saber lidar com situações de insucesso e valorizar os, mesmo que pequenos, progressos, é um desafio com permanentes dificuldades, imprevistos e frustrações, que acabam por gerar, é certo, inseguranças e ansiedades difíceis de aceitar, mas que são importantes para o sucesso e compreensão do seu próprio impacto.

Mais cedo ou mais tarde é chegado o tempo de se deitarem os búzios e perspectivar o futuro e, quanto ao dar para o torto, com a existência de tais kalimeros, será sempre uma questão de tempo.

Baseado em alguns excertos do artigo “Basta ouvir...” de Rui Grilo, (2007)

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Books e mais Books

A editora Springer oferece agora via-Bon o acesso a várias centenas de e-books em texto integral divididos por 13 colecções, de entre as quais destacamos, entre outros:  Arquitectura e Design, Economia, Gestão, Informática, Ciências Sociais e Matemática.

Verifique em ( Books)

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

domingo, 6 de dezembro de 2009

A invenção


Enviado pelo nosso amigo Carlos M. Pires

quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Desemprego: Grammy O-Rei-Vai-Nu 2008


Nos últimos anos, gestores e empresas esqueceram os princípios de administração e da gestão dos riscos. Como principais consequências, as falências e o desemprego.
O desemprego é hoje uma realidade que afecta uma fatia cada vez maior da população activa, com consequências sociais e individuais devastadoras: perda de rendimentos, mudança do estatuto social, exclusão, pobreza, perda de auto-estima, depressão, etc.
Em 2008 o desemprego atingiu já perto de 570 mil portugueses. Os desempregados com Ensino Superior aumentou em 44%. Somente cerca de metade dos desempregados recebe o subsídio de desemprego.

domingo, 21 de dezembro de 2008

Eu: Códices e Rascunhos

Apesar dos meus 46 anos de idade, da versatilidade e adaptabilidade às mutações constantes da vida, quer pessoal, quer profissional, sei hoje que ao longo dos anos nunca deixei de ter e sentir, sempre e apenas, a curiosidade que está latente num estudante.
Sinto que talvez tenha perdido demasiado tempo e anos em actividades “supérfluas”, como por exemplo: os doze anos como empresário, independentemente do relativo sucesso, mas que nada trouxeram de novo á minha existência, pois não era o consumismo e a acumulação de riqueza que procurava, mas a tentativa, que sempre se mostrou infrutífera, do apaziguar de uma insatisfação continuamente presente, pois a interrogação permanente e a reflexividade, eram e, continuam a ser, o fim.
Foi o que, hoje, considero a minha “idade das trevas”, pois apenas o "iluminismo" da leitura, por um lado e a procura de novos desafios, por outro lado, me apaziguavam. Não considero que exista, no entanto, nada de trágico nessa suposta perca de tempo.
A busca pela acumulação de novos e contínuos saberes, o ser apelidado pejorativamente de “intelectual” por amigos e conhecidos, o ter a noção de que, existia e existe em mim, tempo e curiosidades suficientes, fez-me retornar aos bancos de escola em 2003.
Entretanto licenciado, tenho contudo noção de que estou a trilhar caminhos, que não serão certamente, lineares, mas cheios de obstáculos para o crescimento do meu“eu”, sobretudo num contexto de não pertença de grupos, que vivam fechados em universos de crenças e credos, por um lado, ou o não ser discípulo e/ou devoto de determinada doutrina (s), a cujas consciências, impõem-se princípios, tais como: utilitarismo, segurança, conforto e status, por outro lado (parafraseando Machado Pais).
A recusa de actuar, unicamente, restringido às limitações de um qualquer quadro teórico,(não quero com isto dizer que, nas ciências sociais como é o caso, não se deva partir de um quadro teórico de partida, mas se o quadro teórico de partida for usado de um modo rígido e teimoso, ele acaba apenas por captar as realidades que nele se podem encaixar, impossibilitando as respostas a dilemas e interrogações concretas), poderão classificar-me como relativista, ou até mesmo, demasiado liberal.
Creio no entanto que os tempos mudaram e encontram-se em constante mutação. O conhecimento, tende lentamente a não ser limitado, exclusivamente, a quadros teóricos. Penso que, cada vez mais, deverá ser feito a partir da “bisbilhotice” e do questionamento, numa viagem que nada despreze. Ou seja, numa viagem que de um modo algo obstinado, miúdo e por vezes até, picuinhas diferencie o que é demonstração, do que é descobrimento.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Bancos de Escola

Alguns leitores têm-nos contactado no sentido de saberem porque motivo escusamo-nos a fazer posts sobre a “batalha verbal” em curso entre professores e ministério da educação.
Pois bem, embora tenhamos alguns posts alusivos ao fenómeno, e baseados em dados e factos recolhidos nas escolas para a elaboração de trabalhos académicos, não temos tomadas de posição, por um lado, porque como diria um nosso amigo do outro lado do atlântico «em luta de cachorro grande, nós não nos metemos». Por outro lado, tendo nós voltado aos “bancos de escola” em 2002 e após cerca de duas décadas de ausência (no meu caso pessoal), muitas coisas se alteraram desde então.
No entanto, da aventura do quotidiano que foi o regresso “aos bancos de escola” duas conclusões diametralmente opostas foram possíveis tirar.
Dos anos de secundário (10º, 11º e 12º ano, com média final de 16 valores) não temos, tirando um ou outro caso específico, saudades absolutamente de nada nem de ninguém. Ponto final parágrafo e sem mais comentários.
No que respeita aos anos de ISCTE, foram bons, proveitosos e para continuar a recordar, tanto no que respeita aos tempos lá passados, como no que respeita às pessoas, sejam elas docentes, auxiliares educativos ou colegas.
A conclusão deixa-mos ao critério dos leitores.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Reconhecido Internacionalmente

Teixeira dos Santos vê competências reconhecidas internacionalmente. Numa escala de 0 a 20, o nosso ministro, conseguiu atingir a média mais elevada (16,4) entre todos os ministros das Finanças da UE.
Os seus homólogos, finlandês, alemão, luxemburguês ou o sueco, por exemplo, foram classificados com a média: 3,8; 4,7; 6,4 e 6,6 respectivamente.
Estavam em causa indicadores económicos, políticos e de estabilidade. Na opinião de um painel de economistas, a “performance” política do ministro português é classificada com 19 pontos, a mais elevada de toda a UE.
O principal senão é o facto de nesta classificação as coisas funcionarem ao contrário, ou seja, quanto mais alta a nota atribuída, pior a “performance”, pelo que na realidade Teixeira dos Santos é classificado, pelo "Financial Times", como o pior ministro das Finanças da EU.
Mas, isso já todos nós sabíamos.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Ovos, tomates e Kalimeros

Toda e qualquer organização, digna desse nome, privada ou governamental, pressupõe uma visão sistémica (hierarquia, estratégia, meios e pessoas em interacção), ou seja, um sistema com subsistemas em permanente auto-produção onde o todo é mais que a simples soma das partes.
A gestão, de uma organização, é por norma pragmática, ou seja, é preciso fazer escolhas e direccionar as opções, no entanto alguns gestores acham que adquiriram por usucapião o direito natural de serem gestores, no entanto não é na convicção que se encontra a chave mágica e, ainda menos em vertigens, acumuladas nos sótãos de alguma “intelegentsia” apaixonada confessa de lugares e detentoras de curriculum, que acomete certas cabecinhas pensadoras, associando dois fenómenos transversais: a vontade de escorraçar e a vontade de não ouvir.
Pretendendo um regresso a passados “gloriosos” e o fim de tempos negros de ocupação intelectual, alguns gestores de “gestão ao estilo wrestling entertainment” olham para a gestão como um subproduto, não se mostrando muito preocupados com o tempo e dinheiro que é desperdiçado todos os dias nas organizações devido à má gestão das emoções ligadas ao poder.
Pior que o impacto dessa metodologia de gestão é a forma como, este tipo de gestores (em alguns casos ligados à educação, teoricamente composto por pessoas inteligentes, com um certo grau de escolaridade e preparados para conduzirem pessoas), distorcem os padrões de relações no espaço em questão, optando por ameaças implícitas e comunicação agressiva, alicerçados na esperança de que, tal como diria Goebbells, repetindo a mentira até à exaustão, esta se transforme numa verdade... por exaustão.
A criatividade e o espírito de grupo estão arredados, quase sempre, pois tanto uma como outra, não surgem por imposição mas, impreterivelmente, associadas à qualidade da comunicação e do relacionamento dentro da organização. Sem tal, não existe espaço tanto para o crescimento natural como para a detecção e evitamento de erros, os quais são sistematicamente adiados.
Os maiores erros, destes gestores, são a perda não só de informação mas, igualmente, de visão e capacidade de reacção, pois passam o tempo a queixarem-se dos “meninos maus” que lhes roubam o brinquedo no recreio.
Quando se gere e não se ouve, acaba-se por cegar, não só quanto há realidade, mas também quanto ao que se julga conhecer. Ou seja, gerir é saber lidar com situações de insucesso e valorizar os, mesmo que pequenos, progressos, é um desafio com permanentes dificuldades, imprevistos e frustrações, que acabam por gerar, é certo, inseguranças e ansiedades difíceis de aceitar, mas que são importantes para o sucesso e compreensão do seu próprio impacto.
Mais cedo ou mais tarde é chegado o tempo de se deitarem os búzios e perspectivar o futuro e, quanto ao dar para o torto, com a existência de kalimeros, será sempre uma questão de tempo.
Obs: quando nos referimos a gestão, referimo-nos igualmente à gestão de carreiras profissionais.
Baseado em alguns excertos do artigo “Basta ouvir...” de Rui Grilo, (2007)