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terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Património Nacional?

Na recente viagem ao terreno (campos arqueológicos) para a elaboração do projecto Arqueoturis, houve duas coisas que nos surpreenderam.
Por um lado, a riqueza existente no que respeita a estruturas, pré-históricas (menires, antas, cromeleques, etc.) e, estruturas da romanização da Península Ibérica, com especial destaque para a região do Alentejo.
Por outro lado, foi o constatar da inexistência de políticas, quer locais, quer nacionais, para a preservação, da maioria deste tipo, e não só, de património no nosso país.
De “portas escancaradas” e abandono puro e simples (e em consequência sujeitos a vandalização e saque), à inexistência de sinalização (em alguns dos casos com “mato” até quase à cabeça) sobre os sítios arqueológicos em causa, mesmo os classificados como património nacional ou mundial, passando pelo fecho, não a “sete chaves”, mas a “corrente e cadeado e/ou tábuas de madeira” (impossibilitando assim a sua visita), de tudo encontrámos nesta nossa visita ao campo arqueológico do nosso país.
Deixamos aqui algumas fotos elucidativas dos factos constatados.
PS: para não ferirmos susceptibilidades, uma vez que ainda estamos em negociações com as autoridades locais, omitimos os nomes dos sítios arqueológicos aqui expostos.





terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Turismo Arqueológico (Projecto): Trabalho de campo

Olá caros amigos e amigas.
Aproveitando o facto de, finalmente, ter conseguido o acesso há net móvel e directamente do terreno (no alto da montanha onde se situou o Santuário de Endovélico), alguns dos lugares que tenho andado a “arqueologizar” para a elaboração do “Tour Arqueológico” da Arqueoturis. Espero amanhã já estar diante do meu pc (no aconchego do lar) e contar-vos algumas das aventuras vividas, assim como, dar-vos a conhecer em pormenor alguns dos locais visitados.
Abraço e até amanhã.

Teatro Romano de Emérita Augusta
Anfiteatro Romano de Emérita Augusta Castro Velho
Santuário de Endovélico
Cromeleque dos Almendres

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

O nosso Projecto de Turismo Arqueológico (ArqueoTuris)










Caros amigos e amigas. Vimos hoje partilhar convosco a nossa felicidade sobre os bons ventos que se avizinham. Desde há algum tempo que vimos a desenvolver um projecto de Turismo Arqueológico para uma região de Portugal: o Alentejo (riquíssimo em sítios arqueológicos e pouco conhecidos, tanto a nível nacional como internacional). No final desde mês, mais propriamente entre 30/1 e 3/2, estaremos no terreno “arqueologizando” para a elaboração dos “Tours Turísticos Arqueológicos” (ao estilo “Indiana Jones”) que serão constituídos, não só por visitas guiadas, mas também, por participação em escavação arqueológicas.
Partilhamos, ainda, convosco alguns dos locais que farão parte do nosso itinerário arqueológico.
Para saberem mais, cliquem aqui e consultem ArqueoTuris.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Trabalho de campo (3)

Posteriormente tive a oportunidade de conversar informalmente com a proprietária, uma mulher na casa dos 40 anos de idade, de alguma beleza natural e na qual sobressaíam uns olhos claros generosamente maquilhados em tons de preto e azul escuro, e aos quais era impossível ficar insensível tal era a sua carga expressiva. Poderia inclusive ser comparada com algumas gravuras femininas do antigo Egipto.
A sua colaboração acabou por me surpreender. Sendo eu, um mero aprendiz de sociólogo, considerei-me afortunado por ter tido o privilégio de conversar com um actor social de tais performances. A postura constante de “olhos nos olhos” ao longo da conversa, em associação com a pertinência da mesma foi o ponto mais forte.
A convicção de estar a prestar um “serviço humanitário a quem a procurava, através da terapia da alma” (foram exactamente estas as suas palavras), não pode ser considerado surpreendente, pois não se pode escamotear o facto de aquela mulher ser parte de um determinado contexto.
Não é meu intuito desmistificar ou mistificar situações como a observada, fazer juízos de valor em relação à mesma ou a quem dela se socorre para a dita terapia da alma.
Parafraseando Gilberto Velho, poderia fazer a analogia com o corpo humano, ou seja, do palpitar da vida como é vivida e de como aquela, naquele espaço, tem um sabor e um cheiro muito próprios. Entre as questões possíveis uma se me afigurou: quem exercia maior influência sobre quem? A mulher de branco com toda a carga simbólica que a rodeava ou os pacientes com as suas necessidades (racionais)?

Trabalho de campo (2)

Partilho, aqui convosco, uma experiência sui generis acontecida no âmbito de um trabalho que versava a temática das linguagens não verbais de uma situação social. Esta observação específica teve o intuito de tentar perceber até que ponto as grandes linhas de força da linguagem não verbal, do exótico e do simbólico, podem ser suficientemente fortes na interacção entre as pessoas.
No caso, dirigi-me a uma loja/consultório onde se podia encontrar uma mistura de situações relacionadas com o místico e o sobrenatural.
A mistura, de misticismo e surrealismo, era composta pelo artesanato diverso, o qual inclui-a entre outros, símbolos e figuras cristãs, afro-brasileiras, orientais e pagãs. De permeio, chás para as mais diversas maleitas, sacos de sal marinho, feitiços ciganos para as mais diversas situações, maus-olhados, pedras místicas, velas coloridas e de cheiro, literatura sobre feitiçaria e afins, etc, para comercialização aos clientes/”pacientes”.
Destaco, uma curiosidade, uma das prateleiras chamava especialmente à atenção, passível até de fazer corar o mais desprevenido, pela ornamentação que ostentava: velas de diversos tamanhos, representativas de órgãos sexuais masculinos.
Levada a cabo num dia de semana, tive a sorte de o fazer numa hora de consultas, às quais tive acesso, embora à distância. Ao fundo da loja, semi-escondida por detrás de um biombo improvisado por um lençol em tons azulados, encontrava-se sentada no cimo de um escadote uma mulher, vestida de branco aparentando estar em transe. Aqui constatei a principal interacção que decorria no espaço, isto é, a mulher de branco consultava uma outra mulher sentada num cadeirão.
O silêncio imperou durante, largos minutos, ou seja, o tempo que durou a consulta, silencio apenas interrompido, de quando em vez, pelo toque do telefone e de breves sussurros, no mesmo, a despachar inoportuna interrupção.
Após a consulta a mulher de branco, desceu do cimo do escadote e em transe avançou pela loja, transportando, dependurado por entre os dedos da mão direita, um fio, de onde se destacava uma, enorme, pedra azul clara. Circulando pela loja, fê-la balançar por entre os artigos expostos e foi indicando os produtos a serem adquiridos pela paciente.
Os escolhidos foram: o sal “marinho”, um fio idênticos ao que era transportado pela mulher de branco, mas com uma pedra de menor dimensão, e ainda um saco de um estranho pó branco. Um eficiente jovem, que se encontrava sentado por detrás de um balcão, de onde se destacava a caixa registadora, instruiu a paciente sobre o destino a dar aos produtos.

Trabalho de campo (1)

Como escrevi há dias, o meu “queijo estava de novo embolorado” e, era a altura de mudar. Não, esta não é a única volta de 180 graus na minha vida, já em 1992, era então profissional aduaneiro, com a livre circulação de mercadorias e bens, na CEE, fiquei sem trabalho e sem profissão e, tive que procurar um novo “queijo”.
Há quatro anos, ao optar por me licenciar em Sociologia, apesar dos meus 42 anos de idade, em boa hora procurei no labirinto, não que tenha até agora ganho rios de dinheiro, longe disso.
Com a sociologia, tirando um prémio de mérito académico no valor de 923 euros, uma ou outra participação pontual em projectos de investigação, um ou outro artigo na imprensa regional ou uma tentativa de me usurparem um projecto... nikles.
No entanto, existem coisas que me fascinam nesta profissão e elas são: o trabalho de campo e a análise estatística. Em qualquer uma delas, independentemente dos objectivos pretendidos, se estivermos atentos podemos sempre tirar outras “histórias” para o nosso álbum.
No trabalho de campo, onde me sinto particularmente à vontade, talvez devido ao meu passado como consultor comercial e ao permanente contacto com as pessoas, das visitas aos locais de culto religioso mais inusitados, como seja, por exemplo, o caso de uma sala ao fundo de um super-mercado algures em Lisboa, ao tratamento VIP por parte de uma vidente, por achar que em uma vida passada fui o “Homem do caldeirão, de tudo nos pode acontecer.