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quinta-feira, 4 de outubro de 2012

A 3ª Guerra Mundial

Desde há muito que os especialistas andam a tentar decifrar as previsões de Nostradamus para o início do séc. XXI na Europa. A maioria aponta para uma guerra bélica sem precedentes que se desenvolveria e arrasaria toda a Europa. Acontece porém que essa guerra não é belicista mas sim económica e já se iniciou há algum tempo e tem, uma vez mais como principal ator uma Alemanha ressabiada, que tem como principais aliados algumas instituições financeiras de nível mundial, tais como o FMI, O Banco Central Europeu e a Comissão Europeia, e que faz questão de conseguir pela via económica o que não conseguiu pela via bélica, ou seja, mandar na Europa a seu belo prazer com a conivência dos partidos mais conservadores dos respectivos países europeus, tal como aconteceu no passado.
Uma guerra bélica tem as suas consequências mas, posteriormente, os países acabam por se reconstruir e até mesmo em se tornarem potências económicas, veja-se o caso da própria Alemanha ou do Japão, que praticamente no espaço temporal de uma geração atingiram níveis económicos elevados, já uma guerra económica trás consequências imprevisíveis e que poderão perdurar no tempo e atingir várias gerações com consequências catastróficas para os países que dela são vítimas.
No atual contexto europeu e no caso português, em particular, como país intervencionado, é certo que temos que nos reger por algumas regras, pois como se diz na gíria economicista “não há almoços gratuitos”, no entanto tal como aconteceu nas guerras do século passado, nos países intervencionados, existem sempre os colaboracionistas que na ansia de não afrontar e/ou agradar ao “invasor” vão mais além do que lhe é exigido e por isso Portugal, por via do atual governo, passou de um “aparente” aluno exemplar a um aluno que é difícil descrever, tal é o exagero da sua aplicação, conforme tem sido descrito, e bem, por muita imprensa financeira internacional.  
Ou seja, como o próprio FMI já alertou (da troika, parece-me ser a instituição mais realista) o combate a um défice não é “um sprint mas uma maratona”. O mesmo FMI demarcou-se, no imediato, das alterações à TSU que o atual governo nos quis impingir como uma dávida para a resolução de todos os problemas do nosso país e que levaram ao 15 de Setembro e ao maior manifesto social alguma vez visto em Portugal e transversal a toda a sociedade civil.
Mas uma questão se coloca. Será que os partidos políticos e os seus responsáveis tiraram ilações desse manifesto? Parece-me que não.
A coligação governamental recuou na TSU mas aplicou-nos em dobro em impostos. A oposição anda completamente à nora, isto é, uns vivem agarrados a utopias fundamentalistas que nada trazem de positivo para a situação do país e o principal partido da oposição não se define com propostas alternativas e vai-se ficando pelo sempre incógnito e cómodo “nim”.
O PS sendo um dos partidos que assinou o memorando da troika, não assinou, porque tal não lhe foi exigido, as consecutivas medidas de austeridade que um governo, desgovernado e agarrado a cartilhas de economia completamente desatualizadas, que nos são impingidas pela Sra. Merkel, e que nada têm servido para a resolução dos problemas do nosso país, antes pelo contrário, têm servido para criar mais desemprego, mais pobreza, menos receitas e mais despesa.
Há soluções mais credíveis? Há! Mas para isso é preciso trazer para a política, pessoas credíveis, competentes e que estejam dispostas a servir e não a servir-se. É difícil? Com certeza que é, mas não será impossível, pois a sociedade civil dispõe de recursos humanos em número mais que suficiente para tal efeito, assim estejam eles dispostos a tal.
Há casos de sucesso em países intervencionados? Há! Veja-se o caso do Brasil, que intervencionado unicamente pelo FMI nos finais dos anos 90 do século passado e sem ter que se reger pelas cartilhas economicistas da Alemanha, conseguiu desenvolver a sua economia de mercado e criar mais intervenção social de apoio aos mais desfavorecidos, sem necessitar de mandar apertar o cinto a ninguém e é, desde há alguns anos, uma economia emergente e sólida, conforme afirmou há dias Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente do Brasil.
O PS como principal partido da oposição tem que se demarcar de uma vez por todas do atual contexto governativo e das suas medidas de austeridade, apresentando aos portugueses alternativas credíveis, reconhecendo os seus erros em governações passadas, responsabilizando infratores e gestões danosas, acabando com os chamados “tachos”, independentemente das filiações partidárias e gritando bem alto para que todos possam escutar, pois só assim se pode posicionar como alternativa credível à atual coligação governativa. Em suma, o PS não pode manter a ideia intrínseca na opinião pública de que como alternativa “só muda a mosca”.
Finalmente, o PS não pode ter medo de abrir uma crise política e ser governo, pois isso não passa de mais uma chantagem para com o povo português, porque se bem estamos recordados, a ajuda financeira, com a troika, foi negociada por um governo demissionário e em vésperas de eleições e não foi por esses motivos que a troika não deixou de intervencionar Portugal.
                                                                                                                                                                           

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Mais do que qualquer outro evento, foi a maré súbita de revisões em baixa de produtos estruturados relacionados com os famosos créditos "subprime", ou seja, empréstimos para comprar casa concedidos a pessoas com poucos recursos que esteve na origem do dilúvio financeiro a que o mundo ocidental tem assistido desde 2008.
A investigação dos senadores norte-americanos conclui que a Moody's e a Standard & Poors continuaram a dar "ratings" de triplo A, isto é, a melhor nota a produtos derivados deste tipo de créditos, durante demasiado tempo, mesmo meses depois da implosão da bolha imobiliária norte-americana.
Posteriormente, quando reagiram, quiseram compensar o atraso com revisões em baixa repentinas e sucessivas, o que levou à paragem do sistema circulatório da alta finança.
O senado revelou documentos das duas agências que mostram como a Moody's e a S&P estavam, já em 2006, avisadas quanto ao problema do mercado hipotecário e não fizeram nada para evitar o problema.
A situação agravou-se, escrevem os relatores, porque não houve incentivo para que as agências não reviram em baixa os "ratings" de produtos que, ao mesmo tempo, lhes davam lucro.
O relatório inclui mensagens de correio electrónico de funcionários de ambas as agências, os "mails" mostram que a pressão sobre elas veio de bancos de investimento, que comercializam pacotes de crédito "subprime" que queriam ver bem cotados.
Numa reacção ao relatório, a S&P diz que a empresa já levou a cabo reformas internas para melhorar a qualidade das avaliações, a Moody's prefere não reagir.
Hugo Neutel - TSF


sábado, 6 de fevereiro de 2010

A revolta de Fernando Nobre no III Congresso de Economistas

O presidente da AMI, Fernando Nobre, criticou a posição das associações patronais que se têm manifestado contra aumentos no salário mínimo nacional. Na sua intervenção no III Congresso Nacional de Economistas, Nobre considerou "completamente intolerável" que exista quem viva "com pensões de 300 ou menos euros por mês", e questionou toda a plateia se "acham que algum de nós viveria com 450 euros por mês?"
Numa intervenção que arrancou aplausos aos vários economistas presentes, Fernando Nobre disse que não podia tolerar "que exista quem viva com 450 euros por mês", apontando que se sente envergonhado com "as nossas reformas".
"Os números dizem 18% de pobres... Não me venham com isso. Não entram nestes números quem recebe os subsídios de inserção, complementos de reforça e outros. Garanto que em Portugal temos uma pobreza estruturada acima dos 40%, é outra coisa que me envergonha..." disse ainda.
"Quando oiço o patronato a dizer que o salário mínimo não pode subir… algum de nós viveria com 450 euros por mês? Há que redistribuir, diminuir as diferenças. Há 100 jovens licenciados a sair do país por mês, enfrentamos uma nova onda emigratória que é tabu falar. Muitos jovens perderam a esperança e estão à procura de novos horizontes... e com razão", salientou Fernando Nobre.
O presidente da AMI, visivelmente emocionado com o apelo que tenta lançar aos economistas presentes no Funchal, pediu mesmo que "pensem mais do que dois minutos em tudo isto". Para Fernando Nobre "não é justo que alguém chegue à sua empresa e duplique o seu próprio salário ao mesmo tempo que faz uma redução de pessoal. Nada mais vai ficar na mesma", criticou, garantindo que a sociedade "não vai aceitar que tudo fique na mesma".
No final da sua intervenção, Fernando Nobre apontou baterias a uma pequena parte da plateia, composta por jovens estudantes, citando para isso Sophia de Mello Breyner. "Nada é mais triste que um ser humano mais acomodado", citou, virando-se depois para os jovens e desafiando-os: "Não se deixem acomodar. Sejam críticos, exigentes. A vossa geração será a primeira com menos do que os vossos pais".
Fernando Nobre ainda atacou todos aqueles que "acumulam reformas que podem chegar aos 20 mil euros quanto outros vivem com pensões de 130, 150 ou 200 euros... Não é um Estado viável. Sejamos mais humanos, inteligentes e sensíveis".

Fonte: i

sábado, 19 de dezembro de 2009

Cimeira de Copenhaga: Acordo climático não vinculativo marca o fim.


O Acordo de Copenhaga, segundo as organizações ambientalistas, é uma falsa partida, um fracasso histórico. Não só ignora a Ciência, como se guia pelos interesses nacionais de alguns países.
É, ainda, um documento sem ambição, acaba com a liderança da UE e é um desastre para os sonhos europeus.


Fonte: Expresso

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Cimeira de Copenhaga: Uma reflexão


Esta é a última de uma série de reuniões, que tiveram a sua origem na Cimeira do Rio em 1992. Todos esperamos que a Cimeira de Copenhaga seja um momento histórico para a humanidade e para o planeta.
Dedicada ao clima, por um lado, ambiciona a redução de gases poluentes e, por outro lado, poderá abrir as portas a uma nova Economia Mundial, baseada nas novas tecnologias renováveis. Tendo por objectivo “encontrar” um substituto para o Protocolo de Quioto, que termina em 2012, todos esperamos que não seja o “assassinato” de Quioto, mas a efectivação das reduções de emissões de gases com efeito de estufa.
Fazendo fé nas palavras de Ban Ki-moon, proferidas a 22 de Setembro, «a incapacidade de concluir um acordo global, sobre redução de emissões de gases com efeito de estufa, em Copenhaga seria moralmente indesculpável, de vistas curtas em termos económicos e politicamente mal avisado». O secretário-geral da ONU defendeu, ainda, que «as alterações climáticas são a questão dominante da geopolítica e economia mundiais do século XXI, uma questão que afecta a equação mundial do desenvolvimento, da paz e da prosperidade».

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

sábado, 7 de novembro de 2009

Os intocáveis

O processo Face Oculta deu-me, finalmente, resposta à pergunta que fiz ao ministro da Presidência Pedro Silva Pereira - se no sector do Estado que lhe estava confiado havia ambiente para trocas de favores por dinheiro. Pedro Silva Pereira respondeu-me na altura que a minha pergunta era insultuosa.
Agora, o despacho judicial que descreve a rede de corrupção que abrange o mundo da sucata, executivos da alta finança e agentes do Estado, responde-me ao que Silva Pereira fugiu: Que sim. Havia esse ambiente. E diz mais. Diz que continua a haver. A brilhante investigação do Ministério Público e da Polícia Judiciária de Aveiro revela um universo de roubalheira demasiado gritante para ser encoberto por segredos de justiça.
O país tem de saber de tudo porque por cada sucateiro que dá um Mercedes topo de gama a um agente do Estado há 50 famílias desempregadas. É dinheiro público que paga concursos viciados, subornos e sinecuras. Com a lentidão da Justiça e a panóplia de artifícios dilatórios à disposição dos advogados, os silêncios dão aos criminosos tempo. Tempo para que os delitos caiam no esquecimento e a prática de crimes na habituação. Foi para isso que o primeiro-ministro contribuiu quando, questionado sobre a Face Oculta, respondeu: "O Senhor jornalista devia saber que eu não comento processos judiciais em curso (...)". O "Senhor jornalista" provavelmente já sabia, mas se calhar julgava que Sócrates tinha mudado neste mandato. Armando Vara é seu camarada de partido, seu amigo, foi seu colega de governo e seu companheiro de carteira nessa escola de saber que era a Universidade Independente. Licenciaram-se os dois nas ciências lá disponíveis quase na mesma altura. Mas sobretudo, Vara geria (de facto ainda gere) milhões em dinheiros públicos. Por esses, Sócrates tem de responder. Tal como tem de responder pelos valores do património nacional que lhe foram e ainda estão confiados e que à força de milhões de libras esterlinas podem ter sido lesados no Freeport.
Face ao que (felizmente) já se sabe sobre as redes de corrupção em Portugal, um chefe de Governo não se pode refugiar no "no comment" a que a Justiça supostamente o obriga, porque a Justiça não o obriga a nada disso. Pelo contrário. Exige-lhe que fale. Que diga que estas práticas não podem ser toleradas e que dê conta do que está a fazer para lhes pôr um fim. Declarações idênticas de não-comentário têm sido produzidas pelo presidente Cavaco Silva sobre o Freeport, sobre Lopes da Mota, sobre o BPN, sobre a SLN, sobre Dias Loureiro, sobre Oliveira Costa e tudo o mais que tem lançado dúvidas sobre a lisura da nossa vida pública. Estes silêncios que variam entre o ameaçador, o irónico e o cínico, estão a dar ao país uma mensagem clara: os agentes do Estado protegem-se uns aos outros com silêncios cúmplices sempre que um deles é apanhado com as calças na mão (ou sem elas) violando crianças da Casa Pia, roubando carris para vender na sucata, viabilizando centros comerciais em cima de reservas naturais, comprando habilitações para preencher os vazios humanísticos que a aculturação deixou em aberto ou aceitando acções não cotadas de uma qualquer obscuridade empresarial que rendem 147,5% ao ano. Lida cá fora a mensagem traduz-se na simplicidade brutal do mais interiorizado conceito em Portugal: nos grandes ninguém toca.

Fonte: Artigo de Opinião de Mário Crespo - JN
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quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Escutas a “Belém”: Então o porquê do afastamento do assessor?

Como os nossos leitores já se aperceberam, ao longo deste tempo, o nosso blog não é dado a politiquices. Muito pontualmente abordamos alguns aspectos da politica nacional, mas sempre sem opinar a favor de A ou B.
No entanto, vamos hoje abrir uma excepção devida, essencialmente, ao incendiar das relações entre Belém e o Governo e há utilização política que está a ser feita tanto pelos partidos políticos como pela comunicação social.
Depois de ouvir atentamente o comunicado do Presidente da Republica, numa hora de crise económica nacional e internacional e onde mais do que nunca a união deveria ser o ponto de interesse nacional, independentemente das ideologias politicas. Infelizmente para todos nós, não foi o Presidente de Todos os Portugueses, mas sim, e parafraseando Alberto João Jardim, o Sr. Silva, quem ontem fez o comunicado ao país.
Interrogamo-nos: Se o culpado e inventor das ditas escutas foi o governo e/ou o seu partido politico, neste caso o PS, o porquê do afastamento do seu assessor de imprensa?
Como diria o Prof. Medina Carreira, o comunicado não passou de mais "um prato de sopa" para alimentar o povo, neste momento conturbado da política nacional, pois nada esclareceu e mais desgasta e desprestigia as instituições.

sábado, 5 de setembro de 2009

Ensaio sobre a cegueira II

Na continuação da leitura atenta da actual conjuntura, derivada de uma estrutura à muito decadente, continua a ser nossa convicção que após a actual reconversão económica mundial, nada voltará a ser como antes e Portugal tende a não ter emenda, nem a aprender.
Tendemos a continuar um país que não se governa... nem se deixa governar.
Já no século III a.C., um general romano em carta endereçada ao imperador, quando da conquista da Península Ibérica, escrevia: «Há, na parte mais ocidental da Ibéria, um povo muito estranho, não se governa nem se deixa governar!». Protagonistas de uma história prodigiosa em certos aspectos, teima-mos, contudo, em provar que o general romano tinha (e continua a ter) razão.
Em plena campanha eleitoral para as legislativas e se tivermos em linha de conta, as notícias do que «agrada» ou «alarma», «estarrece» ou «entusiasma», temos de chegar à conclusão de que somos, de facto, um povo estranho. Muito estranho mesmo...
Até agora tudo foi mal feito ou não serve, mas… ninguém apresenta alternativas ou limita-se a afirmar que o já em execução ou programado para o futuro, não serve.
A cegueira aumenta a “olhos vistos”.
A saúde, a educação, a justiça e os aspectos sociais continuam a ser as maiores armas de arremesso político em Portugal.
São usadas, na maioria das vezes, sem peso nem medida com a consciência da importância que qualquer decisão relativa a estes sectores tem junto da população e, consequentemente, dos eleitores.
E assim, este povo estranho… muito estranho mesmo… continua a adiar o seu futuro.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

E tudo um par de “indicadores” levou…

O Ministro da Economia, Manuel Pinho foi demitido em pleno debate do estado da Nação.
Não por causa dos "indicadores económicos” da nossa economia, mas por um gesto, em resposta às “bocas” dos do costume, onde fez uso de outro tipo de "indicadores", os quais lhe custaram o cargo.
Assim vai a democracia em Portugal.

domingo, 3 de maio de 2009

Os primeiros cem dias de Obama

Ainda não é possível saber se o rumo tomado por Barack Obama é certo, mas os primeiros cem dias de governo do novo presidente dos EUA prometem.
Barack Obama teve uma situação fácil nos primeiros cem dias de mandato. Afinal, ele tinha de fazer principalmente uma coisa: diferenciar-se de seu antecessor e de sua respectiva política. Não era um desafio especialmente difícil. Ao final do mandato de George W. Bush, seu índice de aprovação chegou a uma baixa recorde para presidentes americanos.
E também no exterior desejava-se que o novo presidente dos Estados Unidos fosse principalmente uma coisa: um anti-Bush. Para isso, Barack Obama tirou as cartas certas da manga logo após chegar ao poder: ordenou o fechamento do campo de prisioneiros de Guantánamo e a retirada das tropas americanas do Iraque, proibiu a tortura, estendeu a mão para a Rússia em busca de diálogo e apresentou um pacote conjuntural que prevê investimentos em educação e no sistema de saúde e anuncia uma nova política energética. E a lista não para por aí.
A abrangência de sua agenda é de tirar o fôlego. Fazer várias coisas ao mesmo tempo – isso está claro após cem dias de governo – faz parte dos talentos especiais de Obama. É verdade que, aqui e ali, ele apresenta pontos fracos. Ele se mostra hesitante quando questionado sobre a necessidade de uma comissão se ocupar ou não das atas sobre tortura no governo Bush. Também o grande anúncio de uma colaboração suprapartidária com os republicanos não se cumpriu até agora.
Mas, de um modo geral, ele continua cool, calmo e fiel às suas causas. Neste início de mandato, Barack Obama também mostrou que, apesar de de ser relativamente jovem e inexperiente em cargos políticos, tem competência para o cargo.
Três piratas mortos e um capitão-de-fragata a salvo testemunham que Obama não é um "banana de esquerda", como queriam pintá-lo os republicanos durante a campanha eleitoral. Os ataques com mísseis em território paquistanês também prosseguem na presidência de Obama – para descontentamento de muitos de seus adeptos.
Ou seja: Obama pode estender a mão ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e propor diálogo ao Irão; mas quando se trata da segurança nacional, ele não vacila um segundo em usar o poder militar dos Estados Unidos.
E os cidadãos americanos continuam lhe dando apoio. Uma pesquisa do Washington Post apontou que quase 60% dos consultados estão satisfeitos com a maneira de o presidente exercer seu mandato. Também no trato com a crise financeira internacional os americanos confiam nele. E 55% vêm com optimismo o futuro económico do país. Em Fevereiro eram apenas 48%.
Nos primeiros cem dias, o presidente Obama cumpriu a promessa de fazer uma política diferente da de seu antecessor. Que ele só tenha podido anunciar as mudanças, na maior parte dos casos, deve-se à natureza dos fatos. Guantanamo não pode ser fechado de um dia para o outro, e o mesmo vale para a retirada das tropas do Iraque, a paz no Oriente Médio, a reforma do sistema de saúde e a recuperação da economia.
Cem dias de governo podem ser um número mágico – mas não bastam para medir o sucesso ou fracasso desta presidência. Só daqui a alguns meses ou até anos será possível saber se Barack Obama tomou o rumo certo. Mas hoje já se pode dizer: o começo é promissor.

By: Christina Bergmann – DW-World.DE

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Ensaio sobre a cegueira: A cultura do "bota-a-baixo"

Após uma leitura atenta da actual conjuntura, derivada de uma estrutura à muito decadente, é nossa convicção que após a actual reconversão económica mundial, nada voltará a ser como antes.
No entanto, Portugal tende a não ter emenda. Tendemos a continuar um país que não se governa... nem se deixa governar.
Já no século III a.C., um general romano em carta endereçada ao imperador, quando da conquista da Península Ibérica, escrevia: «Há, na parte mais ocidental da Ibéria, um povo muito estranho, não se governa nem se deixa governar!». Protagonistas de uma história prodigiosa em certos aspectos, teima-mos, contudo, em provar que o general romano tinha (e continua a ter) razão.
Se tivermos em linha de conta, as notícias do que «agrada» ou «alarma», «estarrece» ou «entusiasma», temos de chegar à conclusão de que somos, de facto, um povo estranho. Muito estranho mesmo...
Quando se faz… foi mal feito ou não serve, mas… não se apresentam alternativas.
Quando não se faz… devia ter sido feito, mas… não se apresentam quaisquer propostas.
Num ano de eleições, europeias, autárquicas e legislativas, a cegueira aumenta a “olhos vistos”.
A saúde, a educação, a justiça e os aspectos sociais continuam a ser as maiores armas de arremesso político em Portugal.
São usadas, na maioria das vezes, sem peso nem medida pela oposição, independentemente do executivo governamental, com a consciência da importância que qualquer decisão relativa a estes sectores tem junto da população e, consequentemente, dos eleitores.
E assim, este povo estranho… muito estranho mesmo… continua a adiar o seu futuro.

terça-feira, 17 de março de 2009

Simplex ou talvez não

Nesta “aventura do quotidiano” que tem sido a constituição do pioneiro e empreendedor projecto ARQUEOTURIS, temo-nos deparado com as mais inusitadas e “originais” situações.
Neste momento de reconversão económica mundial, em Portugal, apesar de todas as políticas governamentais direccionadas para a simplificação (vulgo SIMPLEX) das burocracias, desde sempre institucionalizadas, os verdadeiros executores, dessas políticas, ou seja, alguns funcionários das instituições, tendem a permanecer agarrados a um passado onde quem tende a mandar e desmandar, são eles e não os governantes eleitos por sufrágio universal.
Ontem foi o dia de juntarmos a nossas parcas economias e constituirmos o capital social da empresa, na instituição bancária que, no actual panorama nacional, melhores condições nos ofereceu para ser merecedora da nossa confiança.
Qual não foi a nossa surpresa quando, na instituição bancária estatal onde estavam as ditas parcas economias, nos foram levantados os mais inusitados e “originais” argumentos, na tentativa de nos impossibilitarem o levantamento dos NOSSOS… €uritos.
Após quase duas horas… sim… duas horas de argumentação e contra-argumentação, lá conseguimos que nos fosse entregue a verba que pretendíamos levantar das NOSSAS contas bancárias.
Não satisfeitos com a postura até então patenteada, o “solicito” funcionário, e com a dependência bancária apinhada de clientes, e tratando-se de uma quantia avultada, expos em cima do balcão, bem há vista e perante todos os presentes, a verba que estávamos a levantar.
Talvez para sorte nossa, a instituição bancária por nós escolhida, para a ARQUEOTURIS, não distava mais do que 10 metros.
Pois… são estes, alguns, dos eficientes funcionários das instituições que gravitam cá no burgo. E, depois ainda existem os que, teimosamente, culpam os governantes de tudo.
PS: Já o balcão da Empresa na Hora, fez-nos lembrar a eficácia de uma equipe de fórmula 1.

quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Classe Politica e Comunicação Social: Grammy Quimera 2008



Após três décadas de democracia, somos quase todos muito “ignorantes”, quanto à real situação de Portugal.
A sensação de “ignorância” é produzida pelos paradoxos e contradições, quer da classe política (sem excepções), quer dos meios de comunicação social e dos analistas (genericamente, também políticos) que abundam nas “paróquias”.
Opinam sobre tudo (num estilo panfletário), mas não sabem resolver e/ou apresentar soluções para as grandes questões desta nossa sociedade capitalista e desorganizada.
Um diz uma coisa aqui, outro diz outra coisa ali e, ninguém sabe ao certo o que se passa. Fechados nos seus universos “ideológicos e tendenciosos”, desfiam um rol de “lugares-comuns”, de “é assim, porque é” e de leviandades “dejá vu” que, por um lado, vão sendo o alimento do povo e, por outro lado, o impregna para melhor o manter entretido.
Quais “Quimeras”, uns falam… outros noticiam… «composições fantásticas e absurdas, constituídas de elementos disparatados ou incongruentes», mantendo assim a “ignorância”.

domingo, 28 de dezembro de 2008

Gaza

Parafraseando Peter Philipp, correspondente do Deutsche Welle e especialista em assuntos do Médio Oriente «Como sempre, sofre quem não merece. Não os ideólogos, nem os que atiram mísseis, mas em primeiro lugar a população civil, mulheres, crianças e idosos. Mais uma vez, serão eles os que mais sofrerão. Pois bombas não podem discernir.»

sábado, 20 de dezembro de 2008