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sexta-feira, 23 de abril de 2010

sábado, 13 de fevereiro de 2010

A nova língua portuguesa

Desde que os americanos se lembraram de começar a chamar aos negros “afro-americanos”, com vista a acabar com as raças por via gramatical, isto tem sido um fartote pegado.
Em Portugal a moda, também, pegou.
As criadas dos anos 70 passaram a “empregadas domésticas” e preparam-se agora para receber a menção de “auxiliares de apoio doméstico”. De igual modo, extinguiram-se nas escolas os “contínuos” que passaram todos a “auxiliares da acção educativa” e em 2009 passaram a chamar-se “assistentes operacionais”.
Os vendedores de medicamentos, com alguma prosápia, tratam-se por “delegados de informação médica”. E pelo mesmo processo transmudaram-se os caixeiros-viajantes para “técnicos de vendas “.
O aborto passou a “interrupção voluntária da gravidez”.
Os gangs são “grupos de jovens”.
Os operários repentinamente passaram a “colaboradores” e as fábricas vistas do interior são “unidades produtivas”, vistas do exterior são “centros de decisão nacionais”.
O analfabetismo desapareceu da crosta portuguesa, cedendo o passo à “iliteracia” galopante.
Dos comboios desapareceram, a 1.ª e 2.ª classe. Para não ferir a susceptibilidade social das massas hierarquizadas, mas por imperscrutáveis necessidades de tesouraria continuam a cobrar-se preços distintos nas classes “Conforto” e “Turística”.
A Ágata, rainha do pimba, cantava chorosa: «Sou mãe solteira...». Agora, se quiser acompanhar os novos tempos, deve alterar a letra da melodia: «Tenho uma família monoparental...».
Aquietadas pela televisão, já se não vêem por aí aos pinotes crianças irrequietas e «terroristas». Diz-se modernamente que têm um “comportamento disfuncional hiperactivo”. Do mesmo modo, e para felicidade dos encarregados de educação, os brilhantes programas escolares extinguiram os alunos cábulas. Tais estudantes serão, quando muito, “crianças de desenvolvimento instável”.
Infelizmente, ainda, há cegos, mas como a palavra é considerada desagradável e até aviltante, quem não vê é considerado “invisual” (o termo é gramaticalmente impróprio, como impróprio seria chamar “inauditivos” aos surdos - mas o politicamente correcto marimba-se para as regras gramaticais...)
As putas passaram a ser “senhoras de alterne”.
Para compor o ramalhete e se darem ares, as gentes cultas da praça desbocam-se em “implementações”, “posturas pró-activas”, “políticas fracturantes” e outros barbarismos da linguagem.
E assim linguajamos o Português, vagueando perdidos entre a «correcção política» e o novo-riquismo linguístico.
Estamos lixados com este novo português. Não admira que o pessoal tenha cada vez mais esgotamentos e stress. Já não se diz o que se pensa, tem de se pensar o que se diz de forma politicamente correcta.
E falta ainda esclarecer que os idiotas e imbecis passam a designar-se por "indivíduos com atitude não vinculativa". Os mentirosos passam a ser "pessoas com muita imaginação"
Os que fazem desfalques nas empresas e são descobertos são "pessoas com grande visão empresarial mas que estão rodeados de invejosos". Para autarcas e políticos, não afirmarem que «eu tenho impunidade judicial», passaram a afirmar "estar de consciência tranquila". O conceito de corrupção organizada foi substituído pela palavra "sistema".

Fonte: Anónimo Internet

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Carnaval brasileiro: As raízes são portuguesas

Os carros alegóricos que se vêem no Sambódromo do Rio e de São Paulo e os bonecos gigantes de Olinda têm origem no mesmo lugar, ou seja, na aldeia de Castedo (vale do Rio Douro / Portugal).

Saiba mais aqui.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Gestão ao estilo “wrestling entertainment”

Toda e qualquer organização, digna desse nome, privada ou governamental, pressupõe uma visão sistémica (hierarquia, estratégia, meios e pessoas em interacção), ou seja, um sistema com subsistemas em permanente auto-produção onde o todo é mais que a simples soma das partes.

A gestão, de uma organização, é por norma pragmática, ou seja, é preciso fazer escolhas e direccionar as opções, no entanto alguns gestores acham que adquiriram por usucapião o direito natural de serem gestores, no entanto não é na convicção que se encontra a chave mágica e, ainda menos em vertigens, acumuladas nos sótãos de alguma “intelegentsia” apaixonada confessa de lugares que acomete certas cabecinhas pensadoras, associando dois fenómenos transversais: a vontade de escorraçar e a vontade de não ouvir.

Pretendendo um regresso a passados “gloriosos” e o fim de tempos negros de ocupação intelectual, alguns gestores de “gestão ao estilo wrestling entertainment” olham para a gestão como um subproduto, não se mostrando muito preocupados com o tempo e dinheiro que é desperdiçado todos os dias nas organizações devido à má gestão das emoções ligadas ao poder.

Pior que o impacto dessa metodologia de gestão é a forma como, este tipo de gestores (teoricamente composto por pessoas inteligentes, com um certo grau de escolaridade e preparados para conduzirem pessoas), distorcem os padrões de relações no espaço em questão, optando por ameaças implícitas e comunicação agressiva, alicerçados na esperança de que, tal como diria Goebbells, repetindo a mentira até à exaustão, esta se transforme numa verdade... por exaustão.

A criatividade e o espírito de grupo estão arredados, quase sempre, pois tanto uma como outra, não surgem por imposição mas, impreterivelmente, associadas à qualidade da comunicação e do relacionamento dentro da organização. Sem tal, não existe espaço tanto para o crescimento natural como para a detecção e evitamento de erros, os quais são sistematicamente adiados.

Os maiores erros, destes gestores, são a perda não só de informação mas, igualmente, de visão e capacidade de reacção, pois passam o tempo a queixarem-se dos “meninos maus” que lhes roubam o brinquedo no recreio.

Quando se gere e não se ouve, acaba-se por cegar, não só quanto há realidade, mas também quanto ao que se julga conhecer. Ou seja, gerir é saber lidar com situações de insucesso e valorizar os, mesmo que pequenos, progressos, é um desafio com permanentes dificuldades, imprevistos e frustrações, que acabam por gerar, é certo, inseguranças e ansiedades difíceis de aceitar, mas que são importantes para o sucesso e compreensão do seu próprio impacto.

Mais cedo ou mais tarde é chegado o tempo de se deitarem os búzios e perspectivar o futuro e, quanto ao dar para o torto, com a existência de tais kalimeros, será sempre uma questão de tempo.

Baseado em alguns excertos do artigo “Basta ouvir...” de Rui Grilo, (2007)

Recordar o passado: Computador Bendix G15 (1956)


terça-feira, 22 de dezembro de 2009

O sonho está em stand by.


Cada homem carrega consigo comportamentos inibidores e comportamentos libertadores. A maior parte dos homens utiliza, somente, uma pequena parte deles.
A exploração de novas vias – não apenas geográficas – sempre comporta um risco. Tem custos psicológicos importantes, até mesmo desencorajadores para quem não tem confiança nos benefícios futuros e na própria capacidade de suscitá-los.
Ou seja, numa época em que a crise, por vezes empolada em demasia, nos entra pela porta dentro, o futuro passa pelo empreendedorismo. Claro que o empreendedorismo implica risco, mudança, o ser “desviante” do pensamento instituído e isto não está ao alcance de todos. É, preferível seguir a palavra de ordem: o desinvestimento.
Tal como dizia o poeta “Eles não sabem, nem sonham… que o sonho comanda a vida… que sempre que um homem sonha… o mundo pula e avança… como bola colorida… entre as mãos de uma criança”.
Na nossa equipa, alguns, ousaram sonhar e, tentaram fazer parte da rede de sonhos empreendedores.
Outros, pertenças de grupos, que vivem fechados em universos de crenças e credos, discípulos e/ou devotos de determinada (s) doutrina (s), a cujas consciências, impõem-se princípios, tais como: utilitarismo, segurança, conforto, optaram por estes, ou seja, pela segurança rotineira que oferece o conforto dos caminhos conhecidos.
Em suma, fez-se tudo certo, mas correu tudo mal.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

domingo, 6 de dezembro de 2009

A invenção


Enviado pelo nosso amigo Carlos M. Pires

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Claude Lévi-Strauss (1908 – 2009)

Claude Lévi-Strauss foi o antropólogo, considerado o fundador e grande teórico da Antropologia Estruturalista e um dos grandes intelectuais do século XX.
A obra As estruturas elementares do parentesco consagrou-se como um dos mais importantes estudos de família já publicados. No final da década de 40 e começo da década seguinte, Lévi-Strauss continuou a publicar e alcançou o sucesso profissional.
Apesar de bem conhecido em círculos académicos, foi apenas em 1955 que Lévi-Strauss se tornou um dos intelectuais franceses mais conhecidos ao publicar Tristes Trópicos, um livro autobiográfico sobre o seu “exílio” na década de 1930.
Em 1958 publicou Antropologia Estrutural, uma colecção de ensaios em que oferece tanto exemplos como manifestos programáticos do estruturalismo (crítica ao evolucionismo social e ao etnocentrismo).
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quinta-feira, 29 de outubro de 2009

A Internet comemora 40 anos

Faz hoje 40 anos que uma equipa de engenheiros americanos coordenada pelo professor Leonard Kleinrock enviou a primeira mensagem entre dois computadores. Este facto marcou o nascimento da internet, um fenômeno social mundial que revolucionou, e continua a revolucionar, as comunicações, a educação, a economia e o entretenimento.
Os dados trocados entre os dois computadores, um localizado no laboratório de Kleinrock na Ucla e outro na Universidade de Standford, eram pequenos e insignificantes, mas prepararam o terreno para a rede interuniversidades Arpanet, que cresceria e tornaria possível o surgimento da hoje indispensável internet.
A Arpanet começou como um projeto do Departamento de Defesa dos Estados Unidos e os pequisadores e engenheiros foram contratados pelo governo americano com o objetivo de facilitar a troca de dados entre os órgãos de pesquisa governamentais.
Mas o próprio governo norte-americano, que financiou as primeiras pesquisas, não se envolveu muito com a internet e deixou que os engenheiros promovessem a idéia de uma rede aberta.
A ausência de regras e políticas comerciais que poderiam facilmente ter-se tornado um obstáculo foi um dos principais factores que mais influenciou o crescimento da internet.
Kleinrock estava longe de imaginar os fenômenos sociais que nasceriam com a sua criação, como Facebook, Twitter ou YouTube, entre outros.

Fonte: Terra

sábado, 24 de outubro de 2009

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Indianos e chineses revitalizaram Lisboa

Os imigrantes indianos em Portugal contribuíram para a revitalização de áreas degradadas e comercialmente decadentes, como a zona do Martim Moniz, e juntamente com os chineses «pintaram» Lisboa de outras cores e trouxeram novos cheiros a algumas ruas, refere a Lusa.
Os restaurantes chineses com os seus dragões e pórticos em dourado e vermelho e o cheiro a caril dos restaurantes indianos contribuíram para «introduzir elementos novos na paisagem da cidade, tanto ao nível dos elementos visuais presentes na paisagem, como do próprio cheiro», refere um estudo sobre as Comunidades de Origem Indiana na Área Metropolitana de Lisboa (AML) divulgado hoje na conferência internacional sobre «Empreendedorismo Imigrante».
Segundo o estudo, publicado na Revista Migrações, as iniciativas comerciais destas comunidades nos bairros centrais e periféricos da AML tiveram consequências ao nível da transformação da paisagem, de certas estratégias económicas e da própria alteração dos quadros dos valores e dos comportamentos sociais.
«Os novos edifícios públicos como as mesquitas construídas de raiz introduzem alterações marcantes na paisagem urbana, na medida em que trazem associados novos conceitos de estética, discordantes relativamente aos elementos que os rodeiam», sublinha o documento, da autoria de Jorge Malheiros, do Centro de Estudos Geográficos.
O comércio indiano contribuiu, também, para a revitalização de áreas degradadas, como o Martim Moniz. «Apesar da degradação urbanística e social que se foi verificando até ao início do presente século, pode-se afirmar que a presença dos comerciantes indianos foi fundamental para atenuar o declínio» e para garantir a sobrevivência e oferta comercial naquela zona, acrescenta.

Fonte: TVI24

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Arqueoturis: A primeira reportagem


Pois é… a primeira reportagem sobre o Projecto Arqueoturis, que temos vindo a desenvolver desde há algum tempo, saiu.
Obrigado a todos os que nos têm incentivado nesta nossa “aventura” pelo quotidiano do Arqueoturismo.
Podem acompanhar na íntegra tudo, o que foi escrito, aqui.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

A sociedade da confiança

“Cada homem carrega consigo comportamentos inibidores e comportamentos libertadores. A maior parte das sociedades utilizou tão somente pequena parte deles. A segurança rotineira oferece conforto dos caminhos conhecidos. A exploração de novas vias – não apenas geográficas – sempre comporta um risco. Tem custos psicológicos importante, até mesmo desencorajadores para quem não tem confiança nos benefícios futuros, na própria capacidade de suscitá-los, na sociedade de que é membro.”

terça-feira, 17 de março de 2009

Simplex ou talvez não

Nesta “aventura do quotidiano” que tem sido a constituição do pioneiro e empreendedor projecto ARQUEOTURIS, temo-nos deparado com as mais inusitadas e “originais” situações.
Neste momento de reconversão económica mundial, em Portugal, apesar de todas as políticas governamentais direccionadas para a simplificação (vulgo SIMPLEX) das burocracias, desde sempre institucionalizadas, os verdadeiros executores, dessas políticas, ou seja, alguns funcionários das instituições, tendem a permanecer agarrados a um passado onde quem tende a mandar e desmandar, são eles e não os governantes eleitos por sufrágio universal.
Ontem foi o dia de juntarmos a nossas parcas economias e constituirmos o capital social da empresa, na instituição bancária que, no actual panorama nacional, melhores condições nos ofereceu para ser merecedora da nossa confiança.
Qual não foi a nossa surpresa quando, na instituição bancária estatal onde estavam as ditas parcas economias, nos foram levantados os mais inusitados e “originais” argumentos, na tentativa de nos impossibilitarem o levantamento dos NOSSOS… €uritos.
Após quase duas horas… sim… duas horas de argumentação e contra-argumentação, lá conseguimos que nos fosse entregue a verba que pretendíamos levantar das NOSSAS contas bancárias.
Não satisfeitos com a postura até então patenteada, o “solicito” funcionário, e com a dependência bancária apinhada de clientes, e tratando-se de uma quantia avultada, expos em cima do balcão, bem há vista e perante todos os presentes, a verba que estávamos a levantar.
Talvez para sorte nossa, a instituição bancária por nós escolhida, para a ARQUEOTURIS, não distava mais do que 10 metros.
Pois… são estes, alguns, dos eficientes funcionários das instituições que gravitam cá no burgo. E, depois ainda existem os que, teimosamente, culpam os governantes de tudo.
PS: Já o balcão da Empresa na Hora, fez-nos lembrar a eficácia de uma equipe de fórmula 1.

quarta-feira, 4 de março de 2009

O tamanho importa? Claro que não, desde que trabalhe.

O empreendedorismo e pioneirismo dos portugueses de quando em vez, dá cartas e mostra ao mundo o seu engenho.
Portugal prepara-se para inaugurar a primeira unidade de vermicompostagem do mundo para resíduos indiferenciados. Ou seja, milhões de animais anelídeos da classe Oligochaeta e da ordem Haplotaxida, dão o exemplo nesta época de crise e comprometem-se a trabalhar dia e noite em prol da população, tratando cerca de 1500 toneladas de lixos urbanos por ano.
Falamos da minhoca portuguesa, esse pequeno (a partir de agora grande) ser, para muitos, repugnante, que pesa entre um e dois gramas e tem um tempo médio de vida de cerca de oito anos.
Convém, ainda, sublinhar que após cerca de vinte anos, em Portugal, de dedicação à "cultura da minhoca" para outros fins menos empreendedores, como o tratamento de estercos de vacarias ou lamas de suiniculturas, um dos responsáveis da empresa portuguesa responsável pela nova tecnologia, em declarações à comunicação social foi peremptório: «Agora decidimos fazer uma experiência radical. Depois de dois anos de investigação pusemos as minhocas a tratar de todo o lixo".

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Tendemos a continuar um país que não se governa...

Numa época em que a crise, por vezes empolada em demasia, nos entra pela porta dentro, o futuro passa pelo empreendedorismo. Claro que o empreendedorismo implica risco, mudança, o ser “desviante” do pensamento instituído, ou seja, sendo palavras de ordem: o desinvestimento e a recessão económica, o facto de alguém estar no mercado, como investidor (capitais próprios, criador de postos de trabalho, dinamização regional, etc.), caracteriza-o como detentor de um comportamento, que se afasta das normas, admitidas.
Tal como dizia o poeta “Eles não sabem, nem sonham… que o sonho comanda a vida… que sempre que um homem sonha… o mundo pula e avança… como bola colorida… entre as mãos de uma criança”. A nossa equipa ousou sonhar e, o seu sonho, faz hoje parte da rede de sonhos, empreendedores, de outros homens e mulheres.
De Portugal, continuamos a aguardar, excepção feita às entidades estatais e sobre as quais recaem responsabilidades sociais e políticas, das quais temos recebido os apoios solicitados.
Das entidades difusoras de ensino (instituições e/ou grupos docentes), pertenças de grupos, que vivem fechados em universos de crenças e credos, por um lado, discípulos e/ou devotos de determinada (s) doutrina (s), a cujas consciências, impõem-se princípios, tais como: utilitarismo, segurança, conforto e status, por outro lado, … o silêncio. Excepção feita à equipa de arqueólogos de Castanheiro do Vento (Prof. Vitor Jorge Oliveira e Dra. Ana Vale), que desde a primeira hora, se disponibilizou e tem reiterado a sua colaboração com o Projecto Archeological Tours – ArqueoTuris.
Das entidades particulares (fornecedores, prestadores de serviços, etc.) … idem, quanto ao silêncio.
É, no entanto, do exterior, do mesmo lugar que segundo reza a nossa história “não vêm bons ventos, nem bons casamentos” que nos surge a primeira aposta séria (além da nossa é claro) no nosso projecto. Ou seja, desde ontem (23/2), somos parte integrante do Proyecto Guia de Turismo Arqueologico da Fundació Bosch Gimpera - Universitat de Barcelona.
Portugal tende a não ter emenda. Protagonistas de uma história prodigiosa em certos aspectos, teima-mos, contudo, em provar que um tal general romano tinha razão. Se tivermos em linha de conta, as notícias do que «agrada» ou «alarma», «estarrece» ou «entusiasma», mas sempre à espera que os outros façam por nós, temos de chegar à conclusão de que somos, de facto, um povo estranho. Muito estranho mesmo...

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Apatia (Apatheia)

“Mais do que o despotismo ou a anarquia, o que importa combater é a apatia”, (Alex de Tocqueville, pensador político, historiador e escritor francês - 1805-1859).
Apatia provém do grego clássico apatheia. Páthos em grego, significa "tudo aquilo que afecta o corpo ou a alma" e tanto quer dizer dor, sofrimento, doença, como o estado da alma diante de circunstâncias exteriores capazes de produzir emoções agradáveis ou desagradáveis, paixões. Assim, apatheia tanto pode significar ausência de doença, de lesão orgânica, como ausência de paixão, de emoções.
Recorrendo, igualmente, ao "Dicionário de termos técnicos de medicina e saúde", encontra-se a palavra apatia como termo psiquiátrico, com a seguinte definição: «estado caracterizado pelo desinteresse geral, pela indiferença ou insensibilidade aos acontecimentos; falta de interesse ou de desejos».
Já segundo, alguns psicólogos clínicos, «Excessos de vibração e ruído acabam por produzir indiferença, cores berrantes neutralizam-se. A fé precisa ser alimentada diariamente com doses certas de acções e devoções, caso contrário não se sustenta. Todas as demasias redundam em fadiga, isso explica-se tanto através da psicologia como da dialéctica».
Somos diariamente bombardeados por previsões, que quase nos aproximam do “Apocalipse”, feitas pelos mesmos (na sua maioria, economistas, agarrados aos paradigmas de sempre) que não previram “porra nenhuma”, quanto à crise financeira em que, actualmente, vivemos atolados. Damos-lhes crédito e a “falta de fé” instala-se.
A dita “falta de fé” dos cidadãos para com, por exemplo, políticos ou instituições, prende-se com uma visão irrealista daquilo que estes agentes podem na realidade fazer sem a nossa interacção. Barack Obama enfatizou, tanto na campanha eleitoral, como na tomada de posse, que os “cidadãos norte-americanos deveriam, não só equacionar o que o país (o Estado norte-americano) poderia fazer por eles, mas também o que eles (cidadãos) poderiam fazer pelo seu país”. Parece, portanto, óbvio que o significado actual de apatia provém do conceito filosófico estoicista da palavra, em que páthos expressa um estado psíquico caracterizado por uma atitude de indiferença diante dos estímulos, ou seja, de indiferença, por parte dos cidadãos, aos estímulos para uma mais elevada participação cívica.
Vem isto a propósito, do nosso projecto empresarial (Arqueoturis) e de algumas das dificuldades com que nos debatemos para a exequibilidade do mesmo. Quais “Outsiders” (Howard Becker), somos rotulados, por alguns dos agentes económicos, como “desviantes” do pensamento actualmente instituído, ou seja, sendo palavras de ordem: o desinvestimento e a recessão económica, o facto de estarmos no mercado, como investidores (capitais próprios, criadores de postos de trabalho, dinamização regional, etc.), caracteriza-nos como detentores de um comportamento, que se afasta das normas, actualmente, admitidas.
Independentemente das opiniões, nós estamos a fazer a nossa parte. E, vocês?