terça-feira, 8 de março de 2011

Cem anos de um dia dedicado a todas as mulheres


Reconheço e lamento que, hoje, em pleno século XXI, ainda seja necessário comemorar o Dia Internacional da Mulher como um momento simbólico da luta universal pelo direito à igualdade.
Porque apesar das importantes conquistas alcançadas, a verdade é que, em todo o Mundo, as mulheres ainda sofrem os mais diversos e violentos atos de crueldade, sendo por isso necessário unir forças para fazer valer os seus direitos e a sua segurança.
O Dia Internacional da Mulher deve por isso ser encarado, não apenas como um dia festivo em que se celebra a conquista de direitos justamente adquiridos, mas sobretudo como um grito de revolta contra a discriminação que ainda prolifera no nosso Mundo contra muitos milhões de mulheres.
Uma discriminação que infelizmente não se resume apenas a questões laborais, como as que estiveram na origem desta já longa jornada e que lamentavelmente ainda persistem na atualidade.
Hoje, vivemos num Mundo onde todos os anos morrem milhares de mulheres sujeitas às mais diversas formas de agressão física e psicológica, sem que muitos desses inclassificáveis atos conheçam a devida punição.
Neste dia, não nos esqueçamos por isso de homenagear esses muitos milhões de mulheres, cuja voz permanece silenciada por mentes e mentalidades impiedosas, que teimam em resistir, mesmo nas chamadas sociedades modernas.
No Dia Internacional da Mulher, adotado pelas Nações Unidas precisamente para reforçar a luta pela igualdade de direitos, há sem dúvida muito para celebrar.
Mas há sobretudo que fazer justiça. Denunciando em voz alta todos os crimes praticados contra as mulheres, apontando sem temor os nomes dos seus opressores e afirmando, sem receio ou pudor, o nosso orgulho em ser mulher.
Porque ser mulher é garantir a vida e a vida só faz sentido quando existe amor. E não há amor sem igualdade!

Isilda Gomes
Governadora Civil de Faro

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