Um dos grandes problemas que se põem aos licenciados em ciências sociais é o do mercado de trabalho. Como recém-licenciado, tenho palmilhado terrenos até há pouco desconhecidos.
De cada vez que me desloco a uma entrevista, tenho dado de caras com uma de duas, até agora, tipologias de entrevistadores. Por um lado, aquela para quem tenho a nítida sensação de falar “chinês”, mas que é por norma bastante prática. Ou seja, vai direita ao cerne da questão e o que quer é saber como é que eu resolveria determinado problema. Por outro lado, aquela que questiona, até há exaustão, sobre conceitos e/ou paradigmas sociais.
Os primeiros, tendem a parecer-se com políticos.
Já quanto aos segundos, encontrei as respostas, às perguntas que me inquietavam para os classificar, em José Machado Pais, no capítulo “o sociólogo «ouriço» e os saberes «não alinhados» da sociologia” do seu livro A Sociologia da Vida Quotidiana.
Isto é, a segunda tipologia de entrevistadores tende a assemelhar-se a grupos, que vivem fechados num universo de crenças e credos, característico aliás dos grupos religiosos. Tendem a ser discípulos e/ou devotos de determinada doutrina, às consciências impõem-se princípios, tais como: utilitarismo, segurança, conforto e status. Aparentam, na sua maioria, actuar restringidos às limitações de um qualquer quadro teórico, que tendem a converter em “técnicas de gestão” da realidade social.
Não quero com isto dizer que, nas ciências sociais como é o nosso caso, não devamos partir de um quadro teórico de partida, mas e como aponta, igualmente, Machado Pais, se o quadro teórico de partida for usado de um modo rígido e teimoso, ele acaba apenas por captar as realidades que nele se podem encaixar, impossibilitando as respostas a dilemas e interrogações concretas, que por sua vez limitam o alcance das intervenções a efectuar.
O que quero com isto dizer é que os tempos mudaram e se encontram em constante mutação. O conhecimento do social, não pode ser limitado a quadros teóricos, antes deverá ser feito a partir da “bisbilhotice” da realidade, “vadiando” por ela, numa viagem que em nada o despreze, ou seja, numa viagem que de um modo algo obstinado, miúdo e por vezes até, picuinhas diferencie a demonstração, do descobrimento.
De cada vez que me desloco a uma entrevista, tenho dado de caras com uma de duas, até agora, tipologias de entrevistadores. Por um lado, aquela para quem tenho a nítida sensação de falar “chinês”, mas que é por norma bastante prática. Ou seja, vai direita ao cerne da questão e o que quer é saber como é que eu resolveria determinado problema. Por outro lado, aquela que questiona, até há exaustão, sobre conceitos e/ou paradigmas sociais.
Os primeiros, tendem a parecer-se com políticos.
Já quanto aos segundos, encontrei as respostas, às perguntas que me inquietavam para os classificar, em José Machado Pais, no capítulo “o sociólogo «ouriço» e os saberes «não alinhados» da sociologia” do seu livro A Sociologia da Vida Quotidiana.
Isto é, a segunda tipologia de entrevistadores tende a assemelhar-se a grupos, que vivem fechados num universo de crenças e credos, característico aliás dos grupos religiosos. Tendem a ser discípulos e/ou devotos de determinada doutrina, às consciências impõem-se princípios, tais como: utilitarismo, segurança, conforto e status. Aparentam, na sua maioria, actuar restringidos às limitações de um qualquer quadro teórico, que tendem a converter em “técnicas de gestão” da realidade social.
Não quero com isto dizer que, nas ciências sociais como é o nosso caso, não devamos partir de um quadro teórico de partida, mas e como aponta, igualmente, Machado Pais, se o quadro teórico de partida for usado de um modo rígido e teimoso, ele acaba apenas por captar as realidades que nele se podem encaixar, impossibilitando as respostas a dilemas e interrogações concretas, que por sua vez limitam o alcance das intervenções a efectuar.
O que quero com isto dizer é que os tempos mudaram e se encontram em constante mutação. O conhecimento do social, não pode ser limitado a quadros teóricos, antes deverá ser feito a partir da “bisbilhotice” da realidade, “vadiando” por ela, numa viagem que em nada o despreze, ou seja, numa viagem que de um modo algo obstinado, miúdo e por vezes até, picuinhas diferencie a demonstração, do descobrimento.
1 comentário:
Excelente post. Retrata fidedignamente uma realidade dos nossos dias em quase todos sectores de actividade. Ninguém quer saber o que é as pessoas levam de novo ou o que têm para oferecer, simplesmente querem resultados e de preferência imediatos. Noutros tempos numa entrevista, o candidato também era elucidado sobre o que a entidade tinha para oferecer ao novo funcionário, hoje também já não há nada disso. È aquilo a que se chama modernidade.
Leonel Cardoso
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