segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Nacionalizações e eleições

Nos primórdios da psicologia algumas teses apontavam para o facto de que certos comportamentos eram herdados geneticamente. Com o tempo veio-se a comprovar que tal não era verdade. No entanto, nós portugueses, tendemos em querer demonstrar que há um fundo de verdade nessa tese.
Qualquer português que se prece, enche o peito de orgulho quando apregoa aos quatro ventos “comprei...”, mesmo que o pagamento desse novo bem se prolongue até se atingir os oitenta anos de idade. Ou seja, quem nos quer ver felizes é sermos proprietários de qualquer coisa, mesmo que na maioria dos casos o negocio seja tudo, menos bom.
Vem isto a propósito de cá no burgo durante o fim de semana, com a nacionalização preconizada, todos nos termos tornado proprietários de uma parte do BPN, um banco que, segundo alguns “paineleiros” da nossa praça, há já cerca de 10 anos ser considerado um banco de transparência e negócios de índole duvidosa (é curioso, mas não tenho ideia de alguém, até esta manhã, ter alertado para esse facto).
Como é costume e sina, tornámo-nos proprietários da fatia que tinha a fava, isto é, das dividas.
Entretanto do outro lado do atlântico continua a contagem final para a eleição do “novo inquilino” da casa branca.
Repararam? o NOVO INQUILINO e não o NOVO PROPRIETARIO.
Os homens são ambiciosos mas não são parvos.

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