quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Ainda, a noite de terror em Mumbai.

Antes de qualquer leitura precipitada, como algumas a que já assistimos em alguns órgãos de comunicação social, convém fazer uso do bom senso e sublinhar duas ou três “originalidades” nestes atentados.
Embora perpetrados em locais que de algum modo simbolizam o capitalismo, ocidental e não só, em primeiro lugar, foram reivindicados e/ou apontados a um grupo auto-intitulado Deccan Mujahedeen. Trata-se de um grupo terrorista conotado com a facção islâmica indiana (Mujahedeen, é uma palavra árabe comummente usada por extremistas religiosos e que significa, combatente ou alguém que se empenha na jihad, e Deccan, é um planalto da região centro sul da Índia).
Em segundo lugar, como sublinhámos no post anterior, este grupo terrorista tem reivindicado, segundo as autoridades indianas, ao longo dos últimos anos alguns dos mais sangrentos atentados em território indiano.
Em terceiro e último, estes atentados, criticáveis, não se coadunam com o “modus operantis” a que por norma já nos “habituámos”, ou seja, não estamos perante “suicídios altruístas” perpetrados por bombistas suicidas ou por veículos bombas. Estamos sim, perante atentados perpetrados por uma mistura de “Operação militar e Guerrilha Urbana”, com o recurso a armas automáticas ligeiras, lançamento de granadas sobre populares indefesos e tomada de reféns.
Pouco vista e usada pontualmente, este tipo de acção, foi no entanto perpetrado por separatistas tchetchenos, por exemplo na escola de Beslan na Ossétia do Norte, onde foram feitas reféns cerca de 1200 pessoas, entre crianças e adultos ou na tomada de reféns do teatro de Dubrovka em Moscovo onde foram feitas reféns mais de 800 pessoas.

1 comentário:

Anónimo disse...

Primeiro que tudo, parabéns pelo excelente blog. Depois, parabéns pela vossa reflexão e bom senso, pois segundo parece e pelas notícias que têm circulado, vocês tinham toda a razão ao não apontarem este atentado como mais um da Al-Quaeda.
Filipe Inácio