Há dias, Cavaco e Silva apontou o dedo ao empresariado existente em Portugal, o qual, segundo o Presidente da Republica, vive demasiado encostado ao Estado. Aos ditos subsídio-dependentes deve contudo ser, igualmente, apontado o excessivo preconceito para com quem apresenta níveis de escolaridade superior ao da esmagadora maioria deles.
Em 2002, tive um sonho, entretanto, transformado em pesadelo.
Estava, então na recta final dos meus 39 anos de idade e, somente com o 9º ano de escolaridade. Sonhei que estando eu inserido num mundo a cada dia mais Global e, também, já inserido numa sociedade, cada vez mais, do conhecimento e da informação, a minha baixa escolaridade poderia ser um óbice.
Regressei aos bancos da escola. Fiz o Secundário e concorri ao Ensino Superior. Entrei e ganhei o meu primeiro prémio de mérito académico.
Nunca, antes, estivera desempregado. Mas, os tempos, afinal, estavam a mudar.
Infelizmente, 34 anos após o 25 de Abril, quase tantos, anos, como os de ditadura, continuamos com uma “mente” demasiado pequena. Acusamos, correctamente, o homem do Estado-Novo, de nunca ter apostado na escolarização da população, pois com ela surgiriam, por um lado, a criatividade e modernidade, mas, por outro lado, seriam postas em causa as velhas tradições, os hábitos, os status quo e conceitos institucionalizados.
Ninguém, até à uma dúzia de anos, tinha duvidas do défice de escolaridade existente em Portugal e que, este teria de ser alterado. Os níveis de escolaridade, entretanto, aumentaram, independentemente, de as sucessivas reformas do ensino, serem ou não as adequadas.
Mas, afinal, os tempos continuavam em mutação.
Actualmente a escolaridade elevada parece tender a pouca ou nenhuma serventia, perante o nível de empresariado existente em Portugal, ou seja, perante um empresariado baseado em patrões, chefes e encarregados, os quais são cerca de 90% do empresariado existente.
Assalariados com uma escolaridade elevada, parece tender a assustar, estes senhores, pois na sua ideologia, algo fundamentalista, indivíduos com uma escolaridade, acima da deles, são potenciais usurpadores ou expropriadores de um certo “status quo” institucionalizado.
No, actual contexto, infelizmente, a grande maioria dos desempregados, com alta escolaridade, são obrigados a omiti-la para conseguirem trabalho, pois de outro modo são estigmatizados e, a cada mês que passa, engrossam os quadros do IEFP de “desempregados de longa duração”.
Nunca, como hoje e, numa sociedade que se quer moderna, eficiente, empreendedora e sustentável, como, deveria ser, a portuguesa, a BAIXA ESCOLARIDADE foi tão valorizada pelos empregadores. Segundo dados do INE, o desemprego tem diminuído entre os indivíduos com no máximo o 12º ano de escolaridade, com especial incidência nos com no máximo o 9º ano de escolaridade.
Por mais que se aponte o dedo aos, actuais e antigos, governantes deste país, se as mentalidades “empresariais(?)” não sofrerem mutações, os níveis de desemprego dificilmente diminuirão em Portugal, ou seja, o actual estado de coisas, não pode ser imputado, somente, às sucessivas governações, estado da economia, etc.
PS: hoje, pelas 12.30h, o site do IEFP dispunha de 4.994 Ofertas de Emprego Nacionais, dessas somente 111 são destinadas a Licenciados.
Em 2002, tive um sonho, entretanto, transformado em pesadelo.
Estava, então na recta final dos meus 39 anos de idade e, somente com o 9º ano de escolaridade. Sonhei que estando eu inserido num mundo a cada dia mais Global e, também, já inserido numa sociedade, cada vez mais, do conhecimento e da informação, a minha baixa escolaridade poderia ser um óbice.
Regressei aos bancos da escola. Fiz o Secundário e concorri ao Ensino Superior. Entrei e ganhei o meu primeiro prémio de mérito académico.
Nunca, antes, estivera desempregado. Mas, os tempos, afinal, estavam a mudar.
Infelizmente, 34 anos após o 25 de Abril, quase tantos, anos, como os de ditadura, continuamos com uma “mente” demasiado pequena. Acusamos, correctamente, o homem do Estado-Novo, de nunca ter apostado na escolarização da população, pois com ela surgiriam, por um lado, a criatividade e modernidade, mas, por outro lado, seriam postas em causa as velhas tradições, os hábitos, os status quo e conceitos institucionalizados.
Ninguém, até à uma dúzia de anos, tinha duvidas do défice de escolaridade existente em Portugal e que, este teria de ser alterado. Os níveis de escolaridade, entretanto, aumentaram, independentemente, de as sucessivas reformas do ensino, serem ou não as adequadas.
Mas, afinal, os tempos continuavam em mutação.
Actualmente a escolaridade elevada parece tender a pouca ou nenhuma serventia, perante o nível de empresariado existente em Portugal, ou seja, perante um empresariado baseado em patrões, chefes e encarregados, os quais são cerca de 90% do empresariado existente.
Assalariados com uma escolaridade elevada, parece tender a assustar, estes senhores, pois na sua ideologia, algo fundamentalista, indivíduos com uma escolaridade, acima da deles, são potenciais usurpadores ou expropriadores de um certo “status quo” institucionalizado.
No, actual contexto, infelizmente, a grande maioria dos desempregados, com alta escolaridade, são obrigados a omiti-la para conseguirem trabalho, pois de outro modo são estigmatizados e, a cada mês que passa, engrossam os quadros do IEFP de “desempregados de longa duração”.
Nunca, como hoje e, numa sociedade que se quer moderna, eficiente, empreendedora e sustentável, como, deveria ser, a portuguesa, a BAIXA ESCOLARIDADE foi tão valorizada pelos empregadores. Segundo dados do INE, o desemprego tem diminuído entre os indivíduos com no máximo o 12º ano de escolaridade, com especial incidência nos com no máximo o 9º ano de escolaridade.
Por mais que se aponte o dedo aos, actuais e antigos, governantes deste país, se as mentalidades “empresariais(?)” não sofrerem mutações, os níveis de desemprego dificilmente diminuirão em Portugal, ou seja, o actual estado de coisas, não pode ser imputado, somente, às sucessivas governações, estado da economia, etc.
PS: hoje, pelas 12.30h, o site do IEFP dispunha de 4.994 Ofertas de Emprego Nacionais, dessas somente 111 são destinadas a Licenciados.
2 comentários:
Têm toda a razão, infelizmente a arrogância de muitos dos chamados "empresários" leva-os a desperdiçar vários e importantes fenómenos transversais à gestão empresarial, como sejam a visão empresarial, a informação e a capacidade de enfrentar os novos desafios, que lhes pode ser oferecidos por pessoas com uma mais elevada escolaridade.
Excelente post, parabéns aos 2 por esta iniciativa. O site está muito bem pensado... serei, com certeza, uma leitora assidua. Bjinhos ;)
Ana Mendes
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