«O progresso das ciências [...] contribuirá para purificar ou para corromper os nossos costumes?».
A questão introdutória foi colocada a Jean-Jacques Rousseau pela academia de Dijon em 1750, durante o seu Discours sur les sciences et les arts.
Como era seu timbre, Rousseau respondeu de modo eloquente, formulando por sua vez, entre outras questões, igualmente elementares, as seguintes: «Há alguma relação entre ciência e virtude? Há alguma razão de peso para substituirmos o conhecimento vulgar que temos da natureza e da vida e que partilhamos com homens e mulheres da nossa sociedade pelo conhecimento científico produzido por poucos e inacessível à maioria?»
Rosseau viveu numa época onde a ciência moderna, saída da revolução científica do século XVI, iniciava uma transformação técnica e social sem precedentes na história da humanidade.
Hoje, passados mais de dois séculos, todos nós somos protagonistas e, ao mesmo tempo, produtos dessa nova ordem, assim como testemunhamos ao vivo as transformações por ela protagonizadas.
Se quisermos ir um pouco mais longe, duas perspectivas se nos afiguram. Por um lado, os progressos científicos das últimas quatro, cinco décadas, são de tal ordem que os séculos precedentes, isto é, desde o século XVI, nos parecem pré-históricos. Por outro lado, uma reflexão sobre a combinação dos limites do rigor científico e os perigos de uma catástrofe, fazem-nos temer pelo futuro, quer do planeta, quer da humanidade.
Na sua obra Modos de Ver, John Berger (1980) afirma que «aquilo que sabemos ou aquilo que julgamos saber afecta o modo como vemos as coisas».
Esta afirmação remete-nos para o conceito de Representação Social, que foi proposto por Serge Moscovici, no final dos anos 50, e que tem sido utilizado para analisar as categorias de pensamento através das quais um grupo social elabora e expressa as suas teorias sobre um facto social, que incluem a maneira de agir, pensar e sentir de um determinado grupo, manifestado por palavras e hábitos.
Assim sendo, Moscovici define representação social como um conjunto de conceitos, proposições e explicações criado na vida quotidiana no decurso da comunicação interindividual. São o equivalente, na nossa sociedade, dos «mitos e sistemas de crenças das sociedades tradicionais; podem ainda ser vistas como a versão contemporânea do senso comum».
A questão introdutória foi colocada a Jean-Jacques Rousseau pela academia de Dijon em 1750, durante o seu Discours sur les sciences et les arts.
Como era seu timbre, Rousseau respondeu de modo eloquente, formulando por sua vez, entre outras questões, igualmente elementares, as seguintes: «Há alguma relação entre ciência e virtude? Há alguma razão de peso para substituirmos o conhecimento vulgar que temos da natureza e da vida e que partilhamos com homens e mulheres da nossa sociedade pelo conhecimento científico produzido por poucos e inacessível à maioria?»
Rosseau viveu numa época onde a ciência moderna, saída da revolução científica do século XVI, iniciava uma transformação técnica e social sem precedentes na história da humanidade.
Hoje, passados mais de dois séculos, todos nós somos protagonistas e, ao mesmo tempo, produtos dessa nova ordem, assim como testemunhamos ao vivo as transformações por ela protagonizadas.
Se quisermos ir um pouco mais longe, duas perspectivas se nos afiguram. Por um lado, os progressos científicos das últimas quatro, cinco décadas, são de tal ordem que os séculos precedentes, isto é, desde o século XVI, nos parecem pré-históricos. Por outro lado, uma reflexão sobre a combinação dos limites do rigor científico e os perigos de uma catástrofe, fazem-nos temer pelo futuro, quer do planeta, quer da humanidade.
Na sua obra Modos de Ver, John Berger (1980) afirma que «aquilo que sabemos ou aquilo que julgamos saber afecta o modo como vemos as coisas».
Esta afirmação remete-nos para o conceito de Representação Social, que foi proposto por Serge Moscovici, no final dos anos 50, e que tem sido utilizado para analisar as categorias de pensamento através das quais um grupo social elabora e expressa as suas teorias sobre um facto social, que incluem a maneira de agir, pensar e sentir de um determinado grupo, manifestado por palavras e hábitos.
Assim sendo, Moscovici define representação social como um conjunto de conceitos, proposições e explicações criado na vida quotidiana no decurso da comunicação interindividual. São o equivalente, na nossa sociedade, dos «mitos e sistemas de crenças das sociedades tradicionais; podem ainda ser vistas como a versão contemporânea do senso comum».
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