quinta-feira, 30 de abril de 2009
quarta-feira, 29 de abril de 2009
sexta-feira, 24 de abril de 2009
quarta-feira, 22 de abril de 2009
Ensaio sobre a cegueira: A cultura do "bota-a-baixo"
No entanto, Portugal tende a não ter emenda. Tendemos a continuar um país que não se governa... nem se deixa governar.
Já no século III a.C., um general romano em carta endereçada ao imperador, quando da conquista da Península Ibérica, escrevia: «Há, na parte mais ocidental da Ibéria, um povo muito estranho, não se governa nem se deixa governar!». Protagonistas de uma história prodigiosa em certos aspectos, teima-mos, contudo, em provar que o general romano tinha (e continua a ter) razão.
Se tivermos em linha de conta, as notícias do que «agrada» ou «alarma», «estarrece» ou «entusiasma», temos de chegar à conclusão de que somos, de facto, um povo estranho. Muito estranho mesmo...
Quando se faz… foi mal feito ou não serve, mas… não se apresentam alternativas.
A saúde, a educação, a justiça e os aspectos sociais continuam a ser as maiores armas de arremesso político em Portugal.
São usadas, na maioria das vezes, sem peso nem medida pela oposição, independentemente do executivo governamental, com a consciência da importância que qualquer decisão relativa a estes sectores tem junto da população e, consequentemente, dos eleitores.
E assim, este povo estranho… muito estranho mesmo… continua a adiar o seu futuro.
domingo, 19 de abril de 2009
Frases da semana
«É preciso ter coragem de, em vários domínios, começar de novo»
“Muitos dos agentes que tiveram um papel activo na crise financeira continuam a ser capazes de condicionar as políticas públicas, quer pela sua dimensão económica quer pela sua proximidade ao poder político. Importa pois, ponderar as decisões, para não abrir espaço ao desperdício de recursos públicos e impedir a concentração desses mesmos recursos nas mãos daqueles que já detêm maior influência junto dos decisores”.
quarta-feira, 15 de abril de 2009
Archeological Tours - Turismo Arqueológico em Portugal
O Turismo Arqueológico ou Arqueoturismo, “consiste no processo decorrente do deslocamento e da permanência de visitantes a locais denominados sítios arqueológicos onde se encontram os vestígios remanescentes de antigas sociedades, sejam elas pré-históricas e/ou históricas passíveis de visitação terrestre ou aquática”. Estas considerações demonstram que o Turismo Arqueológico pode desempenhar funções relevantes para a sociedade e portanto merece uma atenção especial. Os Sítios Arqueológicos passam por prospecção e escavação. A visitação turística a um sítio acontece posteriormente à sua escavação ou concomitantemente a ela. Por um lado, onde o visitante tem acesso somente a uma das partes já escavadas, por outro lado, o visitante além de observar a escavação pode interagir com a mesma, principalmente por meio de mini-cursos ou estágios. Ou seja, a interpretação de um produto arqueológico está directamente relacionada com o seu consumo, ressaltando que o consumidor desse produto (o turista) adquire o direito de usufruir do mesmo por meio de uma “experiência vivencial” e que o resultado deste consumo constitui-se em aprimoramento cultural, recordações e fotografias. Isso acontece porque o produto turístico, em causa, não é um bem móvel., mas de um “bem de consumo abstracto que não pode ser avaliado de acordo com o seu tamanho, peso, formato ou cor”. Portanto, o consumidor o que recebe “é uma representação imaginária do que o produto pode proporcionar”. A interpretação dos produtos arqueoturísticos é imprescindível, visto que ela é antes de tudo, um instrumento de comunicação com o visitante. A interpretação visa informar sobre as características e particularidades dos atractivos através da mensagem apropriada e inteligível. Interpretar não é simplesmente informar, mas sim “revelar significados”, provocar emoções, estimular curiosidade, entreter e inspirar novas atitudes nos visitantes e proporcionar experiencias inesquecíveis. Isto é, o objectivo da interpretação é “comunicar o significado do lugar de forma interessante e efectiva, contribuir com a satisfação das necessidades dos visitantes”.
O interesse crescente pelo nosso passado, levou um grupo de especialistas em arqueologia, antropologia e sociologia a criar a ARQUEOTURIS, um projecto empresarial, pioneiro e especializado em serviços turísticos e culturais em Portugal, com sede no Alentejo, voltados para a divulgação do património arqueológico e histórico nacional.
O seu “ARCHEOLOGICAL TOUR” inclui visitas a sítios arqueológicos, que apresentam uma flecha temporal, do Paleolítico ao Período Islâmico.
Tudo foi concebido de modo a que o " ARCHEOLOGICAL TOURS " proporcione ao visitante uma gama de experiências inesquecíveis. Todos os locais têm sido criteriosamente estudados, contando com roteiros de visitação aos sítios arqueológicos e toda a infra-estrutura logística assim como o acompanhamento não por guias-turisticos, mas por investigadores especializados.
A ARQUEOTURIS dispõe, ainda, de um “Archaeological Excavation Tour”, neste caso pontual, no qual o visitante partilha as condições, o convívio e o trabalho com arqueólogos e estudantes de arqueologia de várias nacionalidades, numa verdadeira escavação de carácter científico. Neste Tour o visitante poderá, também, envolver-se no manuseamento dos artefactos encontrados e no seu tratamento no museu local.
Visite: http://www.arqueoturis.com/
sexta-feira, 10 de abril de 2009
O Mundo num Clic
O princípio é simples: no écran aparece uma pergunta. “O que estás a fazer?”. Através de respostas curtas podemos seguir e ser seguidos por, virtualmente, todo o mundo, independentemente do lugar do planeta onde estamos.
Há poucos dias, a actriz Demi Moore estava no sul de França com o marido, Ashton Kutcher, e recebeu uma mensagem no computador, via-twitter, de uma seguidora que ameaçava suicidar-se. Rapidamente se descobriu que a mensagem tinha sido escrita por uma mulher de 48 anos, que estava em San José, na Califórnia. A polícia chegou a tempo de levar a potencial suicida ao psiquiatra. Hoje, a Nasa anunciou que o astronauta Mike Massimino vai utilizar o Twitter a bordo do vaivém Atlantis.
A viagem espacial começará dia 12 de Maio, e o objectivo final será a reparação e manutenção do Telescópio Espacial Hubble – será tudo micro-narrado, por assim dizer, nos computadores de todo o mundo.
Ainda recentemente um jornalista português se queixou de ter ido almoçar com um amigo, e quando chegou à redacção já toda a gente sabia, porque algum vizinho no restaurante estava a “twittar” (perdoem-me se o neologismo for errado, mas sou um leigo na matéria). São apenas 3 exemplos de como as mensagens curtas do Twitter, de 140 caracteres, estão na moda, e ameaçam dar mais uma machadada no conceito ocidental de privacidade. Recentemente, o Twitter foi avaliado em 250 milhões de dólares, e ainda recentemente os proprietários recusaram uma oferta de 500 milhões feita pelo Facebook, outra gigantesca rede social na Internet.
Só que agora entrou em campo o Google. O gigante mundial e os fundadores do Twitter, Evan Williams e Biz Stone, estão em negociações e o “negócio pode estar concluído muito em breve”. O que leva a mais lucrativa empresa da Internet a perder a cabeça pelo Twitter? “Podemos estar perante a melhor forma de actualizar em tempo real bases de dados e motores de busca na Internet”.
Como dizia o professor César das Neves, “não há almoços grátis”.
By Carlos Rodrigues - Subdirector de Informação
terça-feira, 7 de abril de 2009
Polis
Sendo que a Grécia antiga estava dividida num considerável número de pequenos estados independentes, alguns muito reduzidos quanto ao território e à população.
A esse estado autómano e autárcico chamavam os gregos de Polis, que de um modo geral aparece traduzido por Cidade-Estado ou também apenas por Cidade. Contudo à que ter em atenção de que a Polis não se refere apenas ao estado, ou à cidade no conceito moderno desta, a Polis eram sobretudo os cidadãos.
A polis era o concreto dos cidadãos, no seu conjunto e não o estado como entidade jurídica abstracta.
Para os gregos o que interessava eram os cidadãos, uma vez que eram eles a essência da polis e não o aglomerado urbanístico. Pelas palavras de Tucídes podemos ver claramente qual o conceito de polis. «É que a polis são os cidadãos e não as muralhas nem os barcos viúvos de homens.»
O aglomerado urbano e o território apareciam apenas como o local em que os homens construíram uma comunidade de hábitos, normas e crenças. Daí admitir-se que a polis seja transferível para outro sítio.
A polis englobava a vida política e a vida económica e não se concebia desligada da religião. Hoje acredita-se na laicização do estado, ou seja na separação do poder político da religião, mas na Grécia antiga tal ideia era impensável, pois eles consideravam a religião parte integrante e nuclear da polis e as cerimónias e actos de culto eram funções da alçada dos governantes.
Se os gregos adoravam um vastíssimo leque de entidades divinas cada polis prestava um culto privado à sua divindade Políade, a divindade que protegia a polis. A mais conhecida é a de Atenas, cuja deusa protectora era Atenas.
Baseando-se a polis na aceitação absoluta da lei e de uma administração despersonalizada, o grego tinha por seu único soberano a lei, por ela devia reger-se a polis e cada um o seu comportamento. Mesmo os governantes e sobretudo eles, deviam obedecer á lei, lei e poder que vêm da participação dos cidadãos, sendo nestes que reside a polis.
A tirania era o regime em que os “bárbaros” viviam. Por isso se forma a oposição entre o sistema da polis dos Helenos, que tinha por único soberano a lei, e o dos não gregos, povos subjugados a um soberano que sobre eles tinha poder absoluto.
A liberdade significava para os gregos o reinado da liberdade e a participação no processo de tomada de decisões. Desde que nasce, o habitante habitua-se ao modo de vida da polis, às suas leis e costumes, às normas que regulam os actos mais triviais, às cerimónias religiosas e crenças. Deste modo a polis educa o cidadão e modela-o.
A polis era, portanto, uma entidade activa, formativa, que exercitava o espírito e formava o carácter dos cidadãos. Constituía uma preparação para a aretê – excelência ou virtude –, função de que o Estado moderno se desliga quase por completo. Daí que se entenda a afirmação de que descrever a polis é descrever a vida total dos gregos.
Embora o modelo de polis fosse mais ou menos semelhante existiam diferenças substanciais de polis para polis. Todas as poleis surgem com um núcleo comum de instituições, com funções idênticas de início em todas elas que se manterão ao longo dos tempos mais ou menos modificadas até ao declínio do sistema, na Segunda metade do século IV a.C. Sendo essas instituições a Assembleia do Povo, o Conselho e os Magistrados.
Estes vários órgãos podem tomar nomes diferentes consoante a polis. Em Atenas e Esparta, respectivamente tínhamos para a Assembleia, Ecclesia e Apela; para o Conselho, Areópago e Gerusia; para os Magistrados, Arcontes e Éforos.
Aos órgãos institucionais tinham acesso e neles participavam activamente apenas os cidadãos, sempre uma parcela reduzida da totalidade dos habitantes.
A população de uma polis era constituída por pessoas livres e não livres. Eram livres os cidadãos, as mulheres, e os estrangeiros com autorização de residência, vulgarmente conhecidos por metecos, embora livres não gozavam dos direitos de cidadão, bem como as mulheres. Os não livres eram os escravos mercadoria e os servos, que eram obrigados a trabalhar a terra de outrem e entregar uma parte do produto. De acordo com o estatuto estavam numa situação melhor que os escravos.
Em termos de número os cidadãos eram em número inferior, cerca de quinze por cento da população total, portanto uma minoria, tanto nas oligarquias como nas democracias.