Não vivemos tempos de incerteza. Podemos estar certos de pior do que isto. A conferência de Davos acabou com as dúvidas.
Agora, com os ingleses na rua a enxotar os estrangeiros dos postos de trabalho e os americanos a gritar “buy american”, começa a guerra do proteccionismo. A globalização tem muitos males mas o que vem aí assusta bem mais.
Quando os americanos andavam na fila do pão e da sopa e as americanas vendiam até os três minutos de uma dança, um cabo chamado Hitler tornava-se aos poucos tão credível que um país inteiro começava a chamar-lhe “führer”: o condutor!
Foi ao mesmo tempo que muitas nações começaram à procura de condutores.
Quando os americanos andavam na fila do pão e da sopa e as americanas vendiam até os três minutos de uma dança, um cabo chamado Hitler tornava-se aos poucos tão credível que um país inteiro começava a chamar-lhe “führer”: o condutor!
Foi ao mesmo tempo que muitas nações começaram à procura de condutores.
Em Itália, acharam Mussolini; na Áustria, Dollfuss; no Brasil, Getúlio Vargas. Outros não chegaram a governar mas quiseram muito e muitos também os quiseram a eles. Em França, François de La Rocque; em Inglaterra, Oswald Mosley. Em Espanha, o condutor foi Primo de Rivera e o exemplo saltou a fronteira logo a seguir: Salazar foi o escolhido.
No Leste, tudo eram “condutores” e o resultado foi ainda pior e ainda mais longo no tempo. Não há explicação tão plausível para o que aconteceu como o sentimento de orfandade que milhões sentiam na pobreza desses anos.
Tudo começou com o optimismo do fim da Primeira Guerra. Tudo era progresso a olhos vistos e a riqueza do mundo civilizado era irreversível. Parecia. Como há quatro meses.
Em Londres e Paris dançavam o Charleston. Em Lisboa também mas, o jogo e a prostituição tinham mais interesse. Na província andavam descalços. Quase toda a gente. Adoçavam o café com rebuçados de meio tostão e obrigavam os filhos a ir à escola, quando o dinheiro que ganhavam a partir dos seis anos era a única forma de todos comerem um pouco mais do que laranjas azedas. E chamar café a grão preto moído com chicória também era exagero.
A pouco e pouco, a pobreza chegou a todo o lado. Em 1929, foi o que se sabe.
Por essa altura, todos os “condutores” subiram pelo mesmo degrau: o nacionalismo. É uma forma de proteccionismo aos berros. Aliás, com pouca imaginação. E se o nosso falava manso, gritava por decreto.
Na Europa do Sul há uma tragédia que vem de longe. Hoje, quem escrever “PIGS” no google, seguido de “economics”, vai ver o que andam a chamar a Portugal, Itália, Grécia e “Spain”.
Somos os “PIGS” da Europa. Porquê? Porque andamos a tramar o Euro. Não nos adaptámos à globalização, diz a “Newsweek”. Não nos adaptámos o suficiente para o desafio de vivermos ao lado da Alemanha, diz o “The Times”. Por aí adiante.
Dentro e fora já se considera a possibilidade de abandonarmos a zona da moeda única. Ponderam-se os custos e volta a falar-se nas vantagens de uma política monetária própria. Até há quem pareça empurrar-nos.
Começa tudo com uma certa hostilidade e o discurso vai subindo de tom.
No Leste, tudo eram “condutores” e o resultado foi ainda pior e ainda mais longo no tempo. Não há explicação tão plausível para o que aconteceu como o sentimento de orfandade que milhões sentiam na pobreza desses anos.
Tudo começou com o optimismo do fim da Primeira Guerra. Tudo era progresso a olhos vistos e a riqueza do mundo civilizado era irreversível. Parecia. Como há quatro meses.
Em Londres e Paris dançavam o Charleston. Em Lisboa também mas, o jogo e a prostituição tinham mais interesse. Na província andavam descalços. Quase toda a gente. Adoçavam o café com rebuçados de meio tostão e obrigavam os filhos a ir à escola, quando o dinheiro que ganhavam a partir dos seis anos era a única forma de todos comerem um pouco mais do que laranjas azedas. E chamar café a grão preto moído com chicória também era exagero.
A pouco e pouco, a pobreza chegou a todo o lado. Em 1929, foi o que se sabe.
Por essa altura, todos os “condutores” subiram pelo mesmo degrau: o nacionalismo. É uma forma de proteccionismo aos berros. Aliás, com pouca imaginação. E se o nosso falava manso, gritava por decreto.
Na Europa do Sul há uma tragédia que vem de longe. Hoje, quem escrever “PIGS” no google, seguido de “economics”, vai ver o que andam a chamar a Portugal, Itália, Grécia e “Spain”.
Somos os “PIGS” da Europa. Porquê? Porque andamos a tramar o Euro. Não nos adaptámos à globalização, diz a “Newsweek”. Não nos adaptámos o suficiente para o desafio de vivermos ao lado da Alemanha, diz o “The Times”. Por aí adiante.
Dentro e fora já se considera a possibilidade de abandonarmos a zona da moeda única. Ponderam-se os custos e volta a falar-se nas vantagens de uma política monetária própria. Até há quem pareça empurrar-nos.
Começa tudo com uma certa hostilidade e o discurso vai subindo de tom.
Já somos “PIGS”. E, já nem sequer é preciso olhar para fora da União Europeia para ver sintomas de implosão. Pode começar aqui mesmo. Não temos hoje a mesma vulnerabilidade aos “condutores” e a quem os ama mas as consequências não serão poucas. Que formas terão não sabemos. Sabemos que falar disso é a melhor forma de combater a incerteza.
Hoje, precisamos de alguns impossíveis. Precisamos de gente generosa onde ela nunca existiu: nos bancos. Precisamos de políticos com agendas de décadas e não do tamanho dos ciclos eleitorais. Precisamos de cidadãos que não saiam imediatamente para a rua a defender hoje aquilo que amanhã irá esmagá-los. Está difícil.
A grande depressão que começou em 1929 foi terminar com um banho de sangue de sessenta milhões de mortos. E para que ninguém se esqueça, é bom que isto seja lembrado quando agora se começam a defender os quintais.
Hoje, precisamos de alguns impossíveis. Precisamos de gente generosa onde ela nunca existiu: nos bancos. Precisamos de políticos com agendas de décadas e não do tamanho dos ciclos eleitorais. Precisamos de cidadãos que não saiam imediatamente para a rua a defender hoje aquilo que amanhã irá esmagá-los. Está difícil.
A grande depressão que começou em 1929 foi terminar com um banho de sangue de sessenta milhões de mortos. E para que ninguém se esqueça, é bom que isto seja lembrado quando agora se começam a defender os quintais.
By Pedro Canais - Especialista de Comunicação Social (artigo de opinião in sic online)
1 comentário:
Claro que a palavra foi criada pela cultura dominante atualmente , a anglo saxonica. mas soh eh cultura dominante porque nos os PIGS queremos, so mais nada.
Quando os anglosaxonicos chegavam a qualquer lado ja la estavam varios povos, os indigenas que eles destruiram, os arabes e os portugueses. So depois eles chegaram para roubar, fazer o apertheid, destruir culturas e ocupar.
Hoje o mundo mudou, outras potencias aparecem que nao as anglo saxonicas.
A europa nao tem de levar liçoes de inglaterra, frança ou alemanha que sozinhas nao tem chances.
Sao povos barbaros, hoje educados conseguem disfarçar a sua real essencia, mas os genes estao la e vem ca para fora quando ha crise.
Mas nao ganham, repare;se na alemanha, na inglaterra, na frança todas duma forma ou de outra perdedoras.
Os economistas dos outros 25 paises da europa que arranjem uma sigla para esses paises, por exemplo RACISTAS ou en ingles RACISTS.
Repare;se que soh por causa dum campeonato mundial conjunto portugal/espanha esses paises ja começam a ficar preocupados.
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