sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Archaeological Tours: O Produto Arqueoturístico


O Turismo como actividade organizada surge em meados do século XIX, num período marcado por transformações sociais, económicas e tecnológicas.
No que concerne ao Turismo Cultural, é definido como todo o turismo em que o principal atractivo não seja a natureza, mas em algum e/ou alguns aspectos da cultura humana como sejam: a história, o quotidiano, o artesanato (Barreto, 2000). Essa característica faz com que o Turismo Cultural apresente segmentações, desdobrando-se em tantos outros títulos como: antropológico, religioso, arqueológico, entre outros (Beni, 2003).
De entre estes segmentos destaca-se o Turismo Arqueológico, também designado de Arqueoturismo.
O Turismo Arqueológico ou Arqueoturismo, “consiste no processo decorrente do deslocamento e da permanência de visitantes a locais denominados sítios arqueológicos onde se encontram os vestígios remanescentes de antigas sociedades, sejam elas pré-históricas e/ou históricas passíveis de visitação terrestre ou aquática” (Manzato, 2005). Estas considerações demonstram que o Turismo Arqueológico pode desempenhar funções relevantes para a sociedade e portanto merece uma atenção especial.
Um sítio pode ser Pré-Histórico e Histórico ao mesmo tempo, isto acontece em função da ocupação de determinado local por sucessivos e distintos períodos. Caso tenha sido ocupado somente em um determinado momento, é considerado Pré-Histórico ou Histórico.
As visitas turísticas a um sítio acontecem posteriormente à sua escavação ou concomitantemente a ela. Por um lado, onde o visitante tem acesso somente a uma das partes já escavadas, por outro lado, o visitante além de observar a escavação pode interagir com a mesma, principalmente por meio de mini-cursos ou estágios.
Existem Sítios Arqueoturísticos disponíveis para visita e estes têm o poder de atrair visitantes. Obviamente que o que interessa não é apenas atrair um grande número de visitantes, mas sim, uma quantidade de pessoas compatíveis com o espaço dos sítios e coerentes com a fragilidade dos atractivos.
O excesso de pessoas e a inadequação interpretativa comprometem o Turismo Arqueológico. Ou seja, o excesso de pessoas e a inadequação interpretativa, pode gerar resultados negativos ao turista, pois impossibilitam-no não só de conhecer, como de interagir com o atractivo.
Ou seja, a interpretação de um produto arqueológico está directamente relacionada com o seu consumo, ressaltando que o consumidor desse produto (o turista) adquire o direito de usufruir do mesmo por meio de uma “experiência vivencial” e que o resultado deste consumo constitui-se em aprimoramento cultural, recordações e fotografias. Isso acontece porque o produto turístico, em causa, não é um bem móvel., mas de um “bem de consumo abstracto que não pode ser avaliado de acordo com o seu tamanho, peso, formato ou cor”. Portanto, o consumidor o que recebe “é uma representação imaginária do que o produto pode proporcionar”.
Em suma, a interpretação dos produtos arqueoturísticos é imprescindível, visto que ela é antes de tudo, um instrumento de comunicação com o visitante. A interpretação visa informar sobre as características e particularidades dos atractivos através da mensagem apropriada e inteligível. Interpretar não é simplesmente informar, mas sim “revelar significados”, provocar emoções, estimular curiosidade, entreter e inspirar novas atitudes nos visitantes e proporcionar experiencias inesquecíveis. Isto é, o objectivo da interpretação é “comunicar o significado do lugar de forma interessante e efectiva, contribuir com a satisfação das necessidades dos visitantes”.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Tendemos a continuar um país que não se governa...

Numa época em que a crise, por vezes empolada em demasia, nos entra pela porta dentro, o futuro passa pelo empreendedorismo. Claro que o empreendedorismo implica risco, mudança, o ser “desviante” do pensamento instituído, ou seja, sendo palavras de ordem: o desinvestimento e a recessão económica, o facto de alguém estar no mercado, como investidor (capitais próprios, criador de postos de trabalho, dinamização regional, etc.), caracteriza-o como detentor de um comportamento, que se afasta das normas, admitidas.
Tal como dizia o poeta “Eles não sabem, nem sonham… que o sonho comanda a vida… que sempre que um homem sonha… o mundo pula e avança… como bola colorida… entre as mãos de uma criança”. A nossa equipa ousou sonhar e, o seu sonho, faz hoje parte da rede de sonhos, empreendedores, de outros homens e mulheres.
De Portugal, continuamos a aguardar, excepção feita às entidades estatais e sobre as quais recaem responsabilidades sociais e políticas, das quais temos recebido os apoios solicitados.
Das entidades difusoras de ensino (instituições e/ou grupos docentes), pertenças de grupos, que vivem fechados em universos de crenças e credos, por um lado, discípulos e/ou devotos de determinada (s) doutrina (s), a cujas consciências, impõem-se princípios, tais como: utilitarismo, segurança, conforto e status, por outro lado, … o silêncio. Excepção feita à equipa de arqueólogos de Castanheiro do Vento (Prof. Vitor Jorge Oliveira e Dra. Ana Vale), que desde a primeira hora, se disponibilizou e tem reiterado a sua colaboração com o Projecto Archeological Tours – ArqueoTuris.
Das entidades particulares (fornecedores, prestadores de serviços, etc.) … idem, quanto ao silêncio.
É, no entanto, do exterior, do mesmo lugar que segundo reza a nossa história “não vêm bons ventos, nem bons casamentos” que nos surge a primeira aposta séria (além da nossa é claro) no nosso projecto. Ou seja, desde ontem (23/2), somos parte integrante do Proyecto Guia de Turismo Arqueologico da Fundació Bosch Gimpera - Universitat de Barcelona.
Portugal tende a não ter emenda. Protagonistas de uma história prodigiosa em certos aspectos, teima-mos, contudo, em provar que um tal general romano tinha razão. Se tivermos em linha de conta, as notícias do que «agrada» ou «alarma», «estarrece» ou «entusiasma», mas sempre à espera que os outros façam por nós, temos de chegar à conclusão de que somos, de facto, um povo estranho. Muito estranho mesmo...

"Quem Quer Ser um Milionário?" Uma viagem de ida e volta

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Prémio Sociologia e Antropologia para Principiantes

A todos os blogs contactados.
O nosso blog decidiu atribuir-vos o prémio "Este bolg tem o seu quê de especial".
Este prémio é intransmissível e só pode ser atribuído pelo blog, "Sociologia e Antropologia para Principiantes", pelo que não o poderão passar a ninguém.
Agradecemos apenas que exista um link para o nosso blog.
Deve ser levantado somente pelos Blogs contactados.
Parabéns pelo vosso contributo à blogosfera.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Só o amor importa

Todos temos o nosso anjo, só que por vezes andamos demasiado ocupados e/ou distraídos e não o percepcionamos. O nosso anjo é o amor… o verdadeiro!
Quantos de nós se apercebeu do verdadeiro amor, da sua alma gémea? Daquele amor que viaja através dos tempos e das profundezas das dimensões celestiais para estar de novo connosco? Poucos… só mesmo os iluminados, porque todos os outros… os adormecidos, não têm essa percepção.
Eles estão diferentes, mas o nosso coração reconhece-os. Estamos unidos pela eternidade e com eles nunca estamos sós, pois tanto na amizade como no amor, os pensamentos, os desejos, os sonhos, nascem sempre sem palavras e partilham-se numa alegria silenciosa.
O estômago revira-se, os braços ficam arrepiados e as pernas trémulas.
Foi com ele que nadámos nos rios banhados pelo luar da Mesopotâmia, cavalgámos as primitivas estepes da Ásia Central ou vivemos e desenhámos nas cavernas no Paleolítico.
Junto deles nenhuma erupção vulcânica iguala a energia libertada pela nossa paixão.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

A grande travessia

The Wall (Jerusalém / Israel)

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Das Kapital, (Karl Marx 1867)

"Os donos do capital vão estimular a classe trabalhadora a comprar bens caros, casas e tecnologia, fazendo-os dever cada vez mais, até que se torne insuportável. O débito não pago, levará os bancos à falência, que terão que ser nacionalizados pelo Estado".

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Planeta Terra e os seus anéis de tecnologia espacial


Foto: Agencia Espacial Europeia

Israel: Tzipi Livni ou Binyamin Netanyahu?

Seca (Lake Hume / Austrália)

Árvores outrora submersas são reveladas pela queda do nível das águas causada por uma década de seca.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

De quem será a culpa?

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Património Nacional?

Na recente viagem ao terreno (campos arqueológicos) para a elaboração do projecto Arqueoturis, houve duas coisas que nos surpreenderam.
Por um lado, a riqueza existente no que respeita a estruturas, pré-históricas (menires, antas, cromeleques, etc.) e, estruturas da romanização da Península Ibérica, com especial destaque para a região do Alentejo.
Por outro lado, foi o constatar da inexistência de políticas, quer locais, quer nacionais, para a preservação, da maioria deste tipo, e não só, de património no nosso país.
De “portas escancaradas” e abandono puro e simples (e em consequência sujeitos a vandalização e saque), à inexistência de sinalização (em alguns dos casos com “mato” até quase à cabeça) sobre os sítios arqueológicos em causa, mesmo os classificados como património nacional ou mundial, passando pelo fecho, não a “sete chaves”, mas a “corrente e cadeado e/ou tábuas de madeira” (impossibilitando assim a sua visita), de tudo encontrámos nesta nossa visita ao campo arqueológico do nosso país.
Deixamos aqui algumas fotos elucidativas dos factos constatados.
PS: para não ferirmos susceptibilidades, uma vez que ainda estamos em negociações com as autoridades locais, omitimos os nomes dos sítios arqueológicos aqui expostos.





segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Condições meteorológicas vs Recessão

Fonte: Martin Rowson - The Guardian cartoon

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

"Pigs economics”

Não vivemos tempos de incerteza. Podemos estar certos de pior do que isto. A conferência de Davos acabou com as dúvidas.
Agora, com os ingleses na rua a enxotar os estrangeiros dos postos de trabalho e os americanos a gritar “buy american”, começa a guerra do proteccionismo. A globalização tem muitos males mas o que vem aí assusta bem mais.
Quando os americanos andavam na fila do pão e da sopa e as americanas vendiam até os três minutos de uma dança, um cabo chamado Hitler tornava-se aos poucos tão credível que um país inteiro começava a chamar-lhe “führer”: o condutor!
Foi ao mesmo tempo que muitas nações começaram à procura de condutores.
Em Itália, acharam Mussolini; na Áustria, Dollfuss; no Brasil, Getúlio Vargas. Outros não chegaram a governar mas quiseram muito e muitos também os quiseram a eles. Em França, François de La Rocque; em Inglaterra, Oswald Mosley. Em Espanha, o condutor foi Primo de Rivera e o exemplo saltou a fronteira logo a seguir: Salazar foi o escolhido.
No Leste, tudo eram “condutores” e o resultado foi ainda pior e ainda mais longo no tempo. Não há explicação tão plausível para o que aconteceu como o sentimento de orfandade que milhões sentiam na pobreza desses anos.
Tudo começou com o optimismo do fim da Primeira Guerra. Tudo era progresso a olhos vistos e a riqueza do mundo civilizado era irreversível. Parecia. Como há quatro meses.
Em Londres e Paris dançavam o Charleston. Em Lisboa também mas, o jogo e a prostituição tinham mais interesse. Na província andavam descalços. Quase toda a gente. Adoçavam o café com rebuçados de meio tostão e obrigavam os filhos a ir à escola, quando o dinheiro que ganhavam a partir dos seis anos era a única forma de todos comerem um pouco mais do que laranjas azedas. E chamar café a grão preto moído com chicória também era exagero.
A pouco e pouco, a pobreza chegou a todo o lado. Em 1929, foi o que se sabe.
Por essa altura, todos os “condutores” subiram pelo mesmo degrau: o nacionalismo. É uma forma de proteccionismo aos berros. Aliás, com pouca imaginação. E se o nosso falava manso, gritava por decreto.
Na Europa do Sul há uma tragédia que vem de longe. Hoje, quem escrever “PIGS” no google, seguido de “economics”, vai ver o que andam a chamar a Portugal, Itália, Grécia e “Spain”.
Somos os “PIGS” da Europa. Porquê? Porque andamos a tramar o Euro. Não nos adaptámos à globalização, diz a “Newsweek”. Não nos adaptámos o suficiente para o desafio de vivermos ao lado da Alemanha, diz o “The Times”. Por aí adiante.
Dentro e fora já se considera a possibilidade de abandonarmos a zona da moeda única. Ponderam-se os custos e volta a falar-se nas vantagens de uma política monetária própria. Até há quem pareça empurrar-nos.
Começa tudo com uma certa hostilidade e o discurso vai subindo de tom.
Já somos “PIGS”. E, já nem sequer é preciso olhar para fora da União Europeia para ver sintomas de implosão. Pode começar aqui mesmo. Não temos hoje a mesma vulnerabilidade aos “condutores” e a quem os ama mas as consequências não serão poucas. Que formas terão não sabemos. Sabemos que falar disso é a melhor forma de combater a incerteza.
Hoje, precisamos de alguns impossíveis. Precisamos de gente generosa onde ela nunca existiu: nos bancos. Precisamos de políticos com agendas de décadas e não do tamanho dos ciclos eleitorais. Precisamos de cidadãos que não saiam imediatamente para a rua a defender hoje aquilo que amanhã irá esmagá-los. Está difícil.
A grande depressão que começou em 1929 foi terminar com um banho de sangue de sessenta milhões de mortos. E para que ninguém se esqueça, é bom que isto seja lembrado quando agora se começam a defender os quintais.
By Pedro Canais - Especialista de Comunicação Social (artigo de opinião in sic online)

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Apatia (Apatheia)

“Mais do que o despotismo ou a anarquia, o que importa combater é a apatia”, (Alex de Tocqueville, pensador político, historiador e escritor francês - 1805-1859).
Apatia provém do grego clássico apatheia. Páthos em grego, significa "tudo aquilo que afecta o corpo ou a alma" e tanto quer dizer dor, sofrimento, doença, como o estado da alma diante de circunstâncias exteriores capazes de produzir emoções agradáveis ou desagradáveis, paixões. Assim, apatheia tanto pode significar ausência de doença, de lesão orgânica, como ausência de paixão, de emoções.
Recorrendo, igualmente, ao "Dicionário de termos técnicos de medicina e saúde", encontra-se a palavra apatia como termo psiquiátrico, com a seguinte definição: «estado caracterizado pelo desinteresse geral, pela indiferença ou insensibilidade aos acontecimentos; falta de interesse ou de desejos».
Já segundo, alguns psicólogos clínicos, «Excessos de vibração e ruído acabam por produzir indiferença, cores berrantes neutralizam-se. A fé precisa ser alimentada diariamente com doses certas de acções e devoções, caso contrário não se sustenta. Todas as demasias redundam em fadiga, isso explica-se tanto através da psicologia como da dialéctica».
Somos diariamente bombardeados por previsões, que quase nos aproximam do “Apocalipse”, feitas pelos mesmos (na sua maioria, economistas, agarrados aos paradigmas de sempre) que não previram “porra nenhuma”, quanto à crise financeira em que, actualmente, vivemos atolados. Damos-lhes crédito e a “falta de fé” instala-se.
A dita “falta de fé” dos cidadãos para com, por exemplo, políticos ou instituições, prende-se com uma visão irrealista daquilo que estes agentes podem na realidade fazer sem a nossa interacção. Barack Obama enfatizou, tanto na campanha eleitoral, como na tomada de posse, que os “cidadãos norte-americanos deveriam, não só equacionar o que o país (o Estado norte-americano) poderia fazer por eles, mas também o que eles (cidadãos) poderiam fazer pelo seu país”. Parece, portanto, óbvio que o significado actual de apatia provém do conceito filosófico estoicista da palavra, em que páthos expressa um estado psíquico caracterizado por uma atitude de indiferença diante dos estímulos, ou seja, de indiferença, por parte dos cidadãos, aos estímulos para uma mais elevada participação cívica.
Vem isto a propósito, do nosso projecto empresarial (Arqueoturis) e de algumas das dificuldades com que nos debatemos para a exequibilidade do mesmo. Quais “Outsiders” (Howard Becker), somos rotulados, por alguns dos agentes económicos, como “desviantes” do pensamento actualmente instituído, ou seja, sendo palavras de ordem: o desinvestimento e a recessão económica, o facto de estarmos no mercado, como investidores (capitais próprios, criadores de postos de trabalho, dinamização regional, etc.), caracteriza-nos como detentores de um comportamento, que se afasta das normas, actualmente, admitidas.
Independentemente das opiniões, nós estamos a fazer a nossa parte. E, vocês?

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Turismo Arqueológico (Projecto): Trabalho de campo

Olá caros amigos e amigas.
Aproveitando o facto de, finalmente, ter conseguido o acesso há net móvel e directamente do terreno (no alto da montanha onde se situou o Santuário de Endovélico), alguns dos lugares que tenho andado a “arqueologizar” para a elaboração do “Tour Arqueológico” da Arqueoturis. Espero amanhã já estar diante do meu pc (no aconchego do lar) e contar-vos algumas das aventuras vividas, assim como, dar-vos a conhecer em pormenor alguns dos locais visitados.
Abraço e até amanhã.

Teatro Romano de Emérita Augusta
Anfiteatro Romano de Emérita Augusta Castro Velho
Santuário de Endovélico
Cromeleque dos Almendres