sexta-feira, 29 de maio de 2009

Geração Y / Generation Y

Para a geração dos 30/40

A juventude de hoje, na faixa que vai até aos 20 anos, está perdida. E está perdida porque não conhece os grandes valores que orientaram os que hoje rondam os trinta. O grande choque, entre outros nessa conversa, foi quando lhe falei no Tom Sawyer. 'Quem? ', perguntou ele.
Quem?! Ele não sabe quem é o Tom Sawyer! Meu Deus... Como é que ele consegue viver com ele mesmo? A própria música: 'Tu que andas sempre descalço, Tom Sawyer, junto ao rio a passear, Tom Sawyer, mil amigos deixarás, aqui e além...' era para ele como o hino senegalês cantado em mandarim.
Claro que depois dessa surpresa, ocorreu-me que provavelmente ele não conhece outros ícones da juventude de outrora. O D'Artacão, esse herói canídeo, que estava apaixonado por uma caniche; Sebastien et le Soleil, combatendo os terríveis Olmecs; Galáctica, que acalentava os sonhos dos jovens, com as suas naves triangulares; O Automan, com o seu Lamborghini que dava curvas a noventa graus; O mítico Homem da Atlântida, com o Patrick Duffy e as suas membranas no meio dos dedos; A Super Mulher, heroína que nos prendia à televisão só para a ver mudar de roupa (era às voltas, lembram-se?); O Barco do Amor, que apesar de agora reposto na Sic Radical, não é a mesma coisa. Naquela altura era actual... E para acabar a lista, a mais clássica de todas as séries, e que marcou mais gente numa só geração:
O Verão Azul. Ora bem, quem não conhece o Verão Azul merece morrer.
Quem não chorou com a morte do velho Shanquete, não merece o ar que respira. Quem, meu Deus, não sabe assobiar a música do genérico, não anda cá a fazer nada.
Depois há toda uma série de situações pelas quais estes jovens não passaram, o que os torna fracos: Ele nunca subiu a uma árvore! E pior, nunca caiu de uma. É um mole. Ele não viveu a sua infância a sonhar que um dia ia ser duplo de cinema. Ele não se transformava num super-herói quando brincava com os amigos. Ele não fazia guerras de cartuchos, com os canudos que roubávamos nas obras e que depois personalizávamos.
Aliás, para ele é inconcebível que se vá a uma obra. Ele nunca roubou chocolates no Pingo-Doce. O Bate-pé para ele é marcar o ritmo de uma canção.
Confesso, senti-me velho...
Esta juventude de hoje está a crescer à frente de um computador. Tudo bem, por mim estão na boa, mas é que se houver uma situação de perigo real, em que tenham de fugir de algum sítio ou de alguma catástrofe, eles vão ficar à toa, à procura do comando da Playstation e a gritar pela Lara Croft.
Óbvio, nunca caíram quando eram mais novos. Nunca fizeram feridas, nunca andaram a fazer corridas de bicicleta uns contra os outros.
Hoje, se um miúdo cai, está pelo menos dois dias no hospital, a levar pontos e fazer exames a possíveis infecções, e depois está dois meses em casa fazer tratamento a uma doença que lhe descobriram por ter caído. Doenças com nomes tipo 'Moleculum infanticus', que não existiam antigamente.
No meu tempo, se um gajo dava um malho muitas vezes chamado de 'terno'
nem via se havia sangue, e se houvesse, não era nada que um bocado de terra espalhada por cima não estancasse.
Eu hoje já nem vejo as mães virem à rua buscar os putos pelas orelhas, porque eles estavam a jogar à bola com os ténis novos. Um gajo na altura aprendia a viver com o perigo. Havia uma hipótese real de se entrar na droga, de se engravidar uma miúda com 14 anos, de apanharmos tétano num prego enferrujado, de se ser raptado quando se apanhava boleia para ir para a praia. E sabíamos viver com isso. Não estamos cá? Não somos até a geração que possivelmente atinge objectivos maiores com menos idade? E ainda nos chamavam geração 'rasca'...
Nós éramos mais a geração 'à rasca', isso sim. Sempre à rasca de dinheiro, sempre à rasca para passar de ano, sempre à rasca para entrar na universidade, sempre à rasca para tirar a carta, para o pai emprestar o carro. Agora não falta nada aos putos.
Eu, para ter um mísero Spectrum 48K, tive que pedir à família toda para se juntar e para servir de presente de anos e Natal, tudo junto.
Hoje, ele é Playstation, PC, telemóvel, portátil, Gameboy, tudo.
Claro, pede-se a um “chavalo” de 14 anos para dar uma volta de bicicleta e ele pergunta onde é que se mete a moeda, ou quantos bytes de RAM tem aquela versão da bicicleta.
Com tanta protecção que se quis dar à juventude de hoje, só se conseguiu que oito em cada dez putos sejam cromos.
Antes, só havia um cromo por turma. Era o totó de óculos, que levava porrada de todos, que não podia jogar à bola e que não tinha namoradas.
É certo que depois veio a ser líder de algum partido, ou gerente de alguma empresa de computadores, mas não curtiu nada.

Artigo de Nuno Markl

segunda-feira, 25 de maio de 2009

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Ida: O Elo Perdido (Missing Link)?

Uma equipa de investigadores, revelou o fóssil de um primata com cerca de 47 milhões, que dizem representar o elo perdido entre o ser humano e o macaco, confirmando deste modo a teoria da evolução de Charles Darwin.
Oficialmente conhecido como Darwinius masillae, o fóssil mostra que este ser tinha polegares oponíveis como os seres humanos e unhas em vez de garras.
Segundo Jorn Hurum, "É como encontrar a Arca Perdida dos arqueólogos […] é o equivalente científico do Santo Graal […] este fóssil será provavelmente o único que será retratado em todos os livros didácticos nos próximos 100 anos".
Esta descoberta, efectuada no ano de 1983 por arqueólogos amadores, em Frankfurt, foi mantida em segredo até ontem.

Saiba mais aqui.

Portugal Eleito para Membro da CSTD da ONU

Numa época em que alguns responsáveis políticos acham que, só porque não se leva em conta todas as suas leviandades, somos motivo de chacota internacional, notícias como esta são sinónimo de que neste país existem, muitos e valorosos indivíduos e instituições.
“Portugal foi eleito, em Nova Iorque, com mandato até ao final de 2012, para a Comissão sobre Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento (CSTD – Commission on Science and Technology for Development) da ONU. A eleição decorreu na reunião do Conselho Económico e Social (ECOSOC – Economic and Social Committee) da ONU realizada a 18 de Maio de 2009, na sede da ONU em Nova Iorque, passando Portugal a integrar o grupo de 10 países ocidentais daquela Comissão, que presentemente inclui também a Alemanha, Áustria, Bélgica, Estados Unidos da América, Finlândia, França, Israel, Suíça e Turquia.”

Saiba mais aqui.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Arqueoturis: A primeira reportagem


Pois é… a primeira reportagem sobre o Projecto Arqueoturis, que temos vindo a desenvolver desde há algum tempo, saiu.
Obrigado a todos os que nos têm incentivado nesta nossa “aventura” pelo quotidiano do Arqueoturismo.
Podem acompanhar na íntegra tudo, o que foi escrito, aqui.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

A sociedade da confiança

“Cada homem carrega consigo comportamentos inibidores e comportamentos libertadores. A maior parte das sociedades utilizou tão somente pequena parte deles. A segurança rotineira oferece conforto dos caminhos conhecidos. A exploração de novas vias – não apenas geográficas – sempre comporta um risco. Tem custos psicológicos importante, até mesmo desencorajadores para quem não tem confiança nos benefícios futuros, na própria capacidade de suscitá-los, na sociedade de que é membro.”

quinta-feira, 7 de maio de 2009

domingo, 3 de maio de 2009

Os primeiros cem dias de Obama

Ainda não é possível saber se o rumo tomado por Barack Obama é certo, mas os primeiros cem dias de governo do novo presidente dos EUA prometem.
Barack Obama teve uma situação fácil nos primeiros cem dias de mandato. Afinal, ele tinha de fazer principalmente uma coisa: diferenciar-se de seu antecessor e de sua respectiva política. Não era um desafio especialmente difícil. Ao final do mandato de George W. Bush, seu índice de aprovação chegou a uma baixa recorde para presidentes americanos.
E também no exterior desejava-se que o novo presidente dos Estados Unidos fosse principalmente uma coisa: um anti-Bush. Para isso, Barack Obama tirou as cartas certas da manga logo após chegar ao poder: ordenou o fechamento do campo de prisioneiros de Guantánamo e a retirada das tropas americanas do Iraque, proibiu a tortura, estendeu a mão para a Rússia em busca de diálogo e apresentou um pacote conjuntural que prevê investimentos em educação e no sistema de saúde e anuncia uma nova política energética. E a lista não para por aí.
A abrangência de sua agenda é de tirar o fôlego. Fazer várias coisas ao mesmo tempo – isso está claro após cem dias de governo – faz parte dos talentos especiais de Obama. É verdade que, aqui e ali, ele apresenta pontos fracos. Ele se mostra hesitante quando questionado sobre a necessidade de uma comissão se ocupar ou não das atas sobre tortura no governo Bush. Também o grande anúncio de uma colaboração suprapartidária com os republicanos não se cumpriu até agora.
Mas, de um modo geral, ele continua cool, calmo e fiel às suas causas. Neste início de mandato, Barack Obama também mostrou que, apesar de de ser relativamente jovem e inexperiente em cargos políticos, tem competência para o cargo.
Três piratas mortos e um capitão-de-fragata a salvo testemunham que Obama não é um "banana de esquerda", como queriam pintá-lo os republicanos durante a campanha eleitoral. Os ataques com mísseis em território paquistanês também prosseguem na presidência de Obama – para descontentamento de muitos de seus adeptos.
Ou seja: Obama pode estender a mão ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e propor diálogo ao Irão; mas quando se trata da segurança nacional, ele não vacila um segundo em usar o poder militar dos Estados Unidos.
E os cidadãos americanos continuam lhe dando apoio. Uma pesquisa do Washington Post apontou que quase 60% dos consultados estão satisfeitos com a maneira de o presidente exercer seu mandato. Também no trato com a crise financeira internacional os americanos confiam nele. E 55% vêm com optimismo o futuro económico do país. Em Fevereiro eram apenas 48%.
Nos primeiros cem dias, o presidente Obama cumpriu a promessa de fazer uma política diferente da de seu antecessor. Que ele só tenha podido anunciar as mudanças, na maior parte dos casos, deve-se à natureza dos fatos. Guantanamo não pode ser fechado de um dia para o outro, e o mesmo vale para a retirada das tropas do Iraque, a paz no Oriente Médio, a reforma do sistema de saúde e a recuperação da economia.
Cem dias de governo podem ser um número mágico – mas não bastam para medir o sucesso ou fracasso desta presidência. Só daqui a alguns meses ou até anos será possível saber se Barack Obama tomou o rumo certo. Mas hoje já se pode dizer: o começo é promissor.

By: Christina Bergmann – DW-World.DE