sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

"A pé para a escola (Walk to School Portugal)"

Nos últimos anos tem-se vindo a assistir a uma quebra dramática do modo pedonal no acesso à escola por parte dos alunos. A tomada e largada de alunos nas escolas pelos seus pais, cada um no seu automóvel, têm-se tornado num grave problema de gestão da mobilidade, de segurança rodoviária e organização do espaço público junto às entradas das escolas. A estes problemas juntam-se, ainda, as consequências nefastas em termos de saúde e desenvolvimento social das crianças, para além de contrariar objectivos de sustentabilidade.

O projecto visa criar um modelo local de intervenção social, replicável, que permita promover a sensibilização e mudança comportamental da comunidade escolar relativamente às deslocações pendulares casa-escola. Neste contexto, o projecto visa a criação e aplicação de estratégias e medidas para facilitar as deslocações pedonais, num processo de capacitação que envolve as comunidades e as instituições locais.

De forma genérica, pretende proporcionar aos alunos do 1.º ciclo do Ensino Básico maior autonomia relativamente às suas famílias para se deslocarem de casa para a escola, dotando-os e sensibilizando os com as seguintes noções:

• Orientação em espaço público;
• Segurança rodoviária;
• Cidadania, utilização e respeito do espaço público;
• Sustentabilidade;
• Saúde.

De forma específica, o projecto visa:
1. Desenvolver novas capacidades e desempenhos junto de grupos de cidadãos (nomeadamente alunos, professores, reformados, …), organizações (escolas, autarquias, polícia de segurança pública, direcções regionais de educação, bombeiros, associações desportivas e culturais, centros de saúde, etc.) e tecido empresarial, promovendo uma atitude de participação construtiva no espaço público.
2. Incentivar novas políticas a nível municipal que contribuam para uma melhor acessibilidade das crianças às escolas em condições de equidade e segurança, aumentando a coesão social assente nos valores de inclusão, nomeadamente ao nível da atenção particular que deverá ser dada ao conforto e segurança dos percursos escolares de proximidade.
3. Proporcionar uma mobilidade mais sustentável traduzida num espaço público mais seguro e amigável às deslocações a pé.
4. Construir, testar e aferir um modelo de intervenção social orientado para a institucionalização dos princípios da sustentabilidade e da GM sustentável que possa ser transferido para as autarquias dos municípios participantes.
5. Transferir e divulgar as experiências colhidas no âmbito do projecto para futuras replicações, alargando-as ao território dos demais municípios que o queiram replicar, chamando à participação as Direcções Regionais de Educação, na tentativa de que o objectivo do projecto venha a ser considerado nos currículos leccionados.


Fonte: Projecto "A pé para a escola (Walk to School Portugal)"

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

AS MAZELAS (de Rosa Lobato Faria)

Aos 77 anos, como é natural, aparecem-nos todas as mazelas. Insignificâncias, uma dor aqui, uma dor ali, nas costas, na perna, na cabeça, uma pequena coisa na pele, na unha, no olho. Não ligo nenhuma. Porque a minha pior mazela é não acreditar que tenho 77 anos.
Eu bem me farto de dizer aos quatro ventos a minha idade para ver se interiorizo esse facto, mas, por dentro, estou na casa dos trinta, vá lá quarenta, e não passo daí.
Setenta e sete anos? Que louura!
Tenho sempre tanta coisa para fazer, para acabar, para ler, para escrever, tanto lugar para visitar. Tanto Museu para ver e depois as mazelas – aí!-, mas vou, porque tenho trinta anos e, evidentemente, tenho que ir.
Não tenho a noção de ser uma senhora velha. Digo, «estava lá uma velhota», ou «imaginem que uma velha»... Estou a falar de pessoas provavelmente mais novas do que eu, mas não me enxergo. Até quando irá durar esta idade subjectiva que não me deixa envelhecer tranquilamente.
Só quando me oferecem o braço (já caí na rua e parti a perna, mas nem assim...), quando não me dirigem galanteios (que estranho!), acordo para a realidade, aí, é verdade, tenho 77 anos, que maçada...
Ultimamente, tive (ou tenho, ainda não percebi) cancro de mama. Como acho que Deus não me ia mandar esta doença só para me chatear, abri uma campanha de sensibilização (televisão incluída), para que as mulheres façam mamografias. Transformei a porcaria da doença numa coisa positiva.
Passei os trâmites habituais operação, radioterapia, etc., tudo pacífico.
Ainda por cima, o médico disse-me que era pouco provável que o cancro me matasse, porque, na minha idade, as células já não são o que eram...
Aí, sim?
Tenho 77 anos, que alegria!

Publicado em WOMEN'S PRATICE (Um dos últimos textos assinados por Rosa Lobato Faria, pouco tempo antes da sua morte)

sábado, 13 de fevereiro de 2010

A nova língua portuguesa

Desde que os americanos se lembraram de começar a chamar aos negros “afro-americanos”, com vista a acabar com as raças por via gramatical, isto tem sido um fartote pegado.
Em Portugal a moda, também, pegou.
As criadas dos anos 70 passaram a “empregadas domésticas” e preparam-se agora para receber a menção de “auxiliares de apoio doméstico”. De igual modo, extinguiram-se nas escolas os “contínuos” que passaram todos a “auxiliares da acção educativa” e em 2009 passaram a chamar-se “assistentes operacionais”.
Os vendedores de medicamentos, com alguma prosápia, tratam-se por “delegados de informação médica”. E pelo mesmo processo transmudaram-se os caixeiros-viajantes para “técnicos de vendas “.
O aborto passou a “interrupção voluntária da gravidez”.
Os gangs são “grupos de jovens”.
Os operários repentinamente passaram a “colaboradores” e as fábricas vistas do interior são “unidades produtivas”, vistas do exterior são “centros de decisão nacionais”.
O analfabetismo desapareceu da crosta portuguesa, cedendo o passo à “iliteracia” galopante.
Dos comboios desapareceram, a 1.ª e 2.ª classe. Para não ferir a susceptibilidade social das massas hierarquizadas, mas por imperscrutáveis necessidades de tesouraria continuam a cobrar-se preços distintos nas classes “Conforto” e “Turística”.
A Ágata, rainha do pimba, cantava chorosa: «Sou mãe solteira...». Agora, se quiser acompanhar os novos tempos, deve alterar a letra da melodia: «Tenho uma família monoparental...».
Aquietadas pela televisão, já se não vêem por aí aos pinotes crianças irrequietas e «terroristas». Diz-se modernamente que têm um “comportamento disfuncional hiperactivo”. Do mesmo modo, e para felicidade dos encarregados de educação, os brilhantes programas escolares extinguiram os alunos cábulas. Tais estudantes serão, quando muito, “crianças de desenvolvimento instável”.
Infelizmente, ainda, há cegos, mas como a palavra é considerada desagradável e até aviltante, quem não vê é considerado “invisual” (o termo é gramaticalmente impróprio, como impróprio seria chamar “inauditivos” aos surdos - mas o politicamente correcto marimba-se para as regras gramaticais...)
As putas passaram a ser “senhoras de alterne”.
Para compor o ramalhete e se darem ares, as gentes cultas da praça desbocam-se em “implementações”, “posturas pró-activas”, “políticas fracturantes” e outros barbarismos da linguagem.
E assim linguajamos o Português, vagueando perdidos entre a «correcção política» e o novo-riquismo linguístico.
Estamos lixados com este novo português. Não admira que o pessoal tenha cada vez mais esgotamentos e stress. Já não se diz o que se pensa, tem de se pensar o que se diz de forma politicamente correcta.
E falta ainda esclarecer que os idiotas e imbecis passam a designar-se por "indivíduos com atitude não vinculativa". Os mentirosos passam a ser "pessoas com muita imaginação"
Os que fazem desfalques nas empresas e são descobertos são "pessoas com grande visão empresarial mas que estão rodeados de invejosos". Para autarcas e políticos, não afirmarem que «eu tenho impunidade judicial», passaram a afirmar "estar de consciência tranquila". O conceito de corrupção organizada foi substituído pela palavra "sistema".

Fonte: Anónimo Internet

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Carnaval brasileiro: As raízes são portuguesas

Os carros alegóricos que se vêem no Sambódromo do Rio e de São Paulo e os bonecos gigantes de Olinda têm origem no mesmo lugar, ou seja, na aldeia de Castedo (vale do Rio Douro / Portugal).

Saiba mais aqui.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Portugal: O país da agnosia

A possível nomeação de Vítor Constâncio para vice-presidente do Banco Central Europeu já terá sido assegurada por Berlim, segundo a imprensa alemã de hoje.
De acordo com o jornal Wirtschaftswoche, que cita fontes próximas dos bancos centrais, para a reunião informal da União Europeia (UE) que decorre quinta-feira, a chanceler alemã Angela Merkel já terá reunido um "largo consenso" a favor da nomeação do português Vítor Constâncio.
Constâncio segue as pisadas de Guterres, Sampaio e outros, que no nosso país, não passavam de… na “sabedoria popular” de “bestas incompetentes”.
Continuamos a ser um povo estranho, muito estranho mesmo…

A revolta de Fernando Nobre no III Congresso de Economistas

O presidente da AMI, Fernando Nobre, criticou a posição das associações patronais que se têm manifestado contra aumentos no salário mínimo nacional. Na sua intervenção no III Congresso Nacional de Economistas, Nobre considerou "completamente intolerável" que exista quem viva "com pensões de 300 ou menos euros por mês", e questionou toda a plateia se "acham que algum de nós viveria com 450 euros por mês?"
Numa intervenção que arrancou aplausos aos vários economistas presentes, Fernando Nobre disse que não podia tolerar "que exista quem viva com 450 euros por mês", apontando que se sente envergonhado com "as nossas reformas".
"Os números dizem 18% de pobres... Não me venham com isso. Não entram nestes números quem recebe os subsídios de inserção, complementos de reforça e outros. Garanto que em Portugal temos uma pobreza estruturada acima dos 40%, é outra coisa que me envergonha..." disse ainda.
"Quando oiço o patronato a dizer que o salário mínimo não pode subir… algum de nós viveria com 450 euros por mês? Há que redistribuir, diminuir as diferenças. Há 100 jovens licenciados a sair do país por mês, enfrentamos uma nova onda emigratória que é tabu falar. Muitos jovens perderam a esperança e estão à procura de novos horizontes... e com razão", salientou Fernando Nobre.
O presidente da AMI, visivelmente emocionado com o apelo que tenta lançar aos economistas presentes no Funchal, pediu mesmo que "pensem mais do que dois minutos em tudo isto". Para Fernando Nobre "não é justo que alguém chegue à sua empresa e duplique o seu próprio salário ao mesmo tempo que faz uma redução de pessoal. Nada mais vai ficar na mesma", criticou, garantindo que a sociedade "não vai aceitar que tudo fique na mesma".
No final da sua intervenção, Fernando Nobre apontou baterias a uma pequena parte da plateia, composta por jovens estudantes, citando para isso Sophia de Mello Breyner. "Nada é mais triste que um ser humano mais acomodado", citou, virando-se depois para os jovens e desafiando-os: "Não se deixem acomodar. Sejam críticos, exigentes. A vossa geração será a primeira com menos do que os vossos pais".
Fernando Nobre ainda atacou todos aqueles que "acumulam reformas que podem chegar aos 20 mil euros quanto outros vivem com pensões de 130, 150 ou 200 euros... Não é um Estado viável. Sejamos mais humanos, inteligentes e sensíveis".

Fonte: i

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Beba água em jejum

Hoje é muito popular, no Japão, beber água imediatamente após o acordar.
Além disso, a evidência científica tem demonstrado estes valores.
Abaixo divulgamos uma descrição da utilização da água para os nossos leitores.
Para doenças antigas e modernas, este tratamento com água tem sido muito bem sucedido.
Para a sociedade médica japonesa, uma cura de até 100% para as seguintes doenças:
Dores de cabeça, dores no corpo, problemas cardíacos, artrite, taquicardia, epilepsia, excesso de gordura, bronquite, asma, tuberculose, meningite, problemas do aparelho urinário e doenças renais, vómitos, gastrite, diarreia, diabetes, hemorróidas, todas as doenças oculares, obstipação, útero, câncer e distúrbios menstruais, doenças de ouvido, nariz e garganta.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

WWF for a living planet

A WWF é uma das organizações independentes de conservação da natureza mais importantes a nível mundial. Tem cerca de 5 milhões de apoiantes e está activa nos cinco continentes em mais de 100 países.
O estilo único da WWF combina objectivos globais com critérios científicos, experiência e rigor, envolve acção a todos os níveis, do local ao global e apresenta soluções inovadoras que visam a protecção da vida humana e da natureza.

Aconselha-se a visita.