sábado, 13 de outubro de 2012

Nobel da Paz

Por razões que a própria razão desconhece, a academia suéca, decidiu atribuir o Prémio Nobel da Paz a uma União Europeia que vive os seus tempos mais conturbados desde  o pós 2ª Grande Guerra. Nunca desde a sua origem houve tanta agitação social e descontentamento, como as imagens abaixo comprovam, fomentada pelas desigualdades existentes entre os países ricos e pobres da União.
Mas como inicialmente comentámos, por razões que a própria razão desconhece foi-nos atribuído o prémio.


quarta-feira, 10 de outubro de 2012

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

A 3ª Guerra Mundial

Desde há muito que os especialistas andam a tentar decifrar as previsões de Nostradamus para o início do séc. XXI na Europa. A maioria aponta para uma guerra bélica sem precedentes que se desenvolveria e arrasaria toda a Europa. Acontece porém que essa guerra não é belicista mas sim económica e já se iniciou há algum tempo e tem, uma vez mais como principal ator uma Alemanha ressabiada, que tem como principais aliados algumas instituições financeiras de nível mundial, tais como o FMI, O Banco Central Europeu e a Comissão Europeia, e que faz questão de conseguir pela via económica o que não conseguiu pela via bélica, ou seja, mandar na Europa a seu belo prazer com a conivência dos partidos mais conservadores dos respectivos países europeus, tal como aconteceu no passado.
Uma guerra bélica tem as suas consequências mas, posteriormente, os países acabam por se reconstruir e até mesmo em se tornarem potências económicas, veja-se o caso da própria Alemanha ou do Japão, que praticamente no espaço temporal de uma geração atingiram níveis económicos elevados, já uma guerra económica trás consequências imprevisíveis e que poderão perdurar no tempo e atingir várias gerações com consequências catastróficas para os países que dela são vítimas.
No atual contexto europeu e no caso português, em particular, como país intervencionado, é certo que temos que nos reger por algumas regras, pois como se diz na gíria economicista “não há almoços gratuitos”, no entanto tal como aconteceu nas guerras do século passado, nos países intervencionados, existem sempre os colaboracionistas que na ansia de não afrontar e/ou agradar ao “invasor” vão mais além do que lhe é exigido e por isso Portugal, por via do atual governo, passou de um “aparente” aluno exemplar a um aluno que é difícil descrever, tal é o exagero da sua aplicação, conforme tem sido descrito, e bem, por muita imprensa financeira internacional.  
Ou seja, como o próprio FMI já alertou (da troika, parece-me ser a instituição mais realista) o combate a um défice não é “um sprint mas uma maratona”. O mesmo FMI demarcou-se, no imediato, das alterações à TSU que o atual governo nos quis impingir como uma dávida para a resolução de todos os problemas do nosso país e que levaram ao 15 de Setembro e ao maior manifesto social alguma vez visto em Portugal e transversal a toda a sociedade civil.
Mas uma questão se coloca. Será que os partidos políticos e os seus responsáveis tiraram ilações desse manifesto? Parece-me que não.
A coligação governamental recuou na TSU mas aplicou-nos em dobro em impostos. A oposição anda completamente à nora, isto é, uns vivem agarrados a utopias fundamentalistas que nada trazem de positivo para a situação do país e o principal partido da oposição não se define com propostas alternativas e vai-se ficando pelo sempre incógnito e cómodo “nim”.
O PS sendo um dos partidos que assinou o memorando da troika, não assinou, porque tal não lhe foi exigido, as consecutivas medidas de austeridade que um governo, desgovernado e agarrado a cartilhas de economia completamente desatualizadas, que nos são impingidas pela Sra. Merkel, e que nada têm servido para a resolução dos problemas do nosso país, antes pelo contrário, têm servido para criar mais desemprego, mais pobreza, menos receitas e mais despesa.
Há soluções mais credíveis? Há! Mas para isso é preciso trazer para a política, pessoas credíveis, competentes e que estejam dispostas a servir e não a servir-se. É difícil? Com certeza que é, mas não será impossível, pois a sociedade civil dispõe de recursos humanos em número mais que suficiente para tal efeito, assim estejam eles dispostos a tal.
Há casos de sucesso em países intervencionados? Há! Veja-se o caso do Brasil, que intervencionado unicamente pelo FMI nos finais dos anos 90 do século passado e sem ter que se reger pelas cartilhas economicistas da Alemanha, conseguiu desenvolver a sua economia de mercado e criar mais intervenção social de apoio aos mais desfavorecidos, sem necessitar de mandar apertar o cinto a ninguém e é, desde há alguns anos, uma economia emergente e sólida, conforme afirmou há dias Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente do Brasil.
O PS como principal partido da oposição tem que se demarcar de uma vez por todas do atual contexto governativo e das suas medidas de austeridade, apresentando aos portugueses alternativas credíveis, reconhecendo os seus erros em governações passadas, responsabilizando infratores e gestões danosas, acabando com os chamados “tachos”, independentemente das filiações partidárias e gritando bem alto para que todos possam escutar, pois só assim se pode posicionar como alternativa credível à atual coligação governativa. Em suma, o PS não pode manter a ideia intrínseca na opinião pública de que como alternativa “só muda a mosca”.
Finalmente, o PS não pode ter medo de abrir uma crise política e ser governo, pois isso não passa de mais uma chantagem para com o povo português, porque se bem estamos recordados, a ajuda financeira, com a troika, foi negociada por um governo demissionário e em vésperas de eleições e não foi por esses motivos que a troika não deixou de intervencionar Portugal.